terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Tomei a palavra, Senhor!

A palavra, Senhor, é uma graça, nem tenho o direito de calar-me por orgulho, covardia, ignorância ou medo do esforço. Os outros têm direito à minha palavra, à minha alma,
E ninguém mais, senão eu Senhor, a poderia dizer.

Tenho uma frase a pronunciar, curta, cheia de minha vida. Esquivar-me não posso.
Mas as palavras que lanço têm de ser palavras verdadeiras.

Seria um abuso de confiança captar a atenção do outro, se debaixo da casca das palavras eu não comunicasse a verdade da alma.

As palavras que derramo têm de ser palavras vivas,
ricas daquilo que só minha alma aprendeu do mistério do homem.
As palavras que transmito têm de ser portadoras de Deus
pois os lábios que me deste, Senhor, são feitos para dizer minha alma

E minha alma te conhece e te guarda enleada.

Michel Quoist
de Poemas para Rezar (1981)

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