terça-feira, 12 de agosto de 2008

O Valor Divino do Humano (I)

No dia de minha formatura em teologia, há três anos atrás, ganhei essa preciosa obra de Jesus Urteaga. Foi um dos livros mais revolucionários que já li. Na contracapa do livro, há as seguintes indicações: “O VALOR DIVINO DO HUMANO é um saber teológico sem diletantismos, uma fúria radiosa de esperança, uma segurança sem orgulho, uma vitalidade sem fronteiras...”. A idéia básica foi mostrar a imagem (bíblica) de um Deus mais humano e de um ser humano também mais humano, porque divino. Urteaga assim descreve sua humilde e intrigante pretensão: “Só te quero ajudar a reparar na importância capital do ‘fator homem’ no santo, no cristão” (p. 11).

Ele começa com uma conclamação brilhante: “Abra os olhos e verás a Deus chorando”. E uma de suas frases finais é também bastante provocativa, como todo o livro o é: “A posição dos indiferentes, não posso nem quero compreendê-la. Eles serão os vomitados de Deus” (p. 207). Nunca consegui imaginar Deus como um ser indiferente, como a teologia tomista a muitos de nós fizera pensar, apontando-nos a imagem de Deus como o “Primeiro motor imóvel imutável”.

Essa imagem não condiz com o Deus que se compadece e chora ao ver a realidade em que tantas vezes o ser humano se encontrou e se encontra: “Certamente, vi a aflição do meu povo que está no Egito, e ouvi o seu clamor... Conheço-lhe o sofrimento” (Êx 3.3). Ora, esse não é o mesmo Deus que em Cristo chorou, se compadeceu, sofreu até a morte, como também se alegrou e compartilhou sua vida com seus consangüíneos humanos? Cristo certamente foi o ser que de modo mais excelente nos mostrou o valor divino que há no humano.

Jonathan

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