terça-feira, 26 de agosto de 2008

Conversas sobre a Graça (II)

2. Você não tem que fazer nada pra ser salvo. Até aí OK. mas vc não deve viver como quem tem que fazer alguma coisa, pra não cair no risco de se achar salvo e levar a vida do jeito que quiser?

R: Essa é a discussão de Tiago, e um pouco a e Paulo. Tiago já havia dito que a fé sem obras é morta; com as minhas obras te mostrarei a minha fé, é isso que ele diz. Muitos espíritas inclusive se valem disso para basear seu apreço pelas boas obras, como se Tiago estivesse excluindo a operosidade da graça ao dizer o que disse. Não! Ele simplesmente está dizendo que com aquilo que faço posso demonstrar com mais legitimidade aquilo que creio, de um modo diferente daqueles que dizem “creio” com a boca, mas que têm uma vida bem diferente. Paulo também coloca seu bedelho na questão, quando diz que fomos salvos ou justificados não pelas boas obras, mas para as boas obras. Isso atesta o que Tiago disse. Boas obras são conseqüência e não razão de nossa salvação em Cristo. Manning não está negando o valor delas, mas apenas colocando-as em seu devido lugar, abaixo da graça!

3. Superar nossas fraquezas não é bom? O esforço pra isso é sempre inútil? Então pq oramos por isso? É Deus que vai fazer isso na minha vida sem que eu precise ter qq tipo de disciplina?

R: O esforço para superar nossas fraquezas só é inútil quando o fazemos na perspectiva de que podemos superá-las sozinhos. As disciplinas como oração, leitura da Palavra, jejum, etc, são essenciais, porque nos mantém ligados na vontade de Deus, revelada em sua Palavra. Contudo, também são inúteis, se pensarmos que Deus precisa delas pra fazer o trabalho dele. Se a oração é um jeito que eu dou pra que Deus me atenda mais rápido, então estou lascado. Precisamos aprender que a oração é a própria vida vivida na dependência de Deus; todos os sussurros, gritos de tristeza, brados de alegria, choros, risos, lamentos, agradecimentos, pedidos, se transformam em oração sem que necessitemos de algum ritual santo de purificação diária; isso porque, através de tudo isso e muito mais, é o espírito quem ora em nós, e conduz nossas orações até Deus. A oração deve ser o fruto do prazer que tenho na graça de Deus, e não o canal por intermédio do qual busco mais graça. Sugiro que leia essa meditação: http://escreveretransgredir.blogspot.com/2008/05/espiritualidade-da-honestidade.html
Sobre as fraquezas, também sugiro que releia o texto de Paulo (2Co 12.1-10).
Jonathan

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