segunda-feira, 31 de março de 2008

Uma breve conversa sobre sexo (Parte I)

Sexo antes do casamento é pecado? Masturbação é pecado? Se “tocar”, um ao outro, antes do casamento é pecado? Estas são perguntas corriqueiras entre jovens cristãos e que, de modo geral, na igreja são tratadas de forma pouco profunda, evasiva e, na maioria das vezes, sob ponto de vista legalista-fundamentalista. Dúvidas surgem, as respostas são vagas e farisaicas, e a tendência é que o jovem caminhe em um ou outro extremo: ou de forma dissoluta e libertina, ou em um puritanismo “castrante” e recluso.

Certa vez, em uma destas conversas sem convenção – estas que a gente tem só pelo prazer de estar com o outro – um camarada fez perguntas semelhantes a mim, e minha resposta, com toda franqueza e liberdade que tenho no Senhor, e com base na Lei do Amor, foi que tanto pode ser pecado como não, dependendo de quem faz (do ponto de vista da consciência e compreensão da Graça de Deus), com quem faz, em que circunstâncias e com que motivação faz. Aqui me refiro ao Amor, com “A” maiúsculo mesmo, sem o qual o sexo ou qualquer outra coisa que diz respeito a uma relação perde o sentido, tornando-se um mero acessório de um projeto falido e sem futuro profícuo, pelo menos aos olhos de Deus. Quando falo de amor, falo pensando que todos os atos que o incluem demandam em responsabilidade.

Lembra daquele conselho que o tio do Homem-Aranha disse pra ele no primeiro filme: "Um grande poder exige uma grande responsabilidade". Eu aplico isso ao amor. O amor é mais do que sentimento, prazer ou curtição momentânea, e o sexo também. Quando você decide fazer sexo, ou melhor, "amor", com outra pessoa, deve ter em mente que você está assumindo uma responsabilidade para com ela, até porque, como diz Paulo, em Efésios 5:31, "vocês se tornarão os dois uma só carne". Caio Fábio diz que ali, no ato sexual, é que se engendra o casamento, ou seja, algo que vai marcar vocês dois para o resto da vida, enquanto uma só carne. O lance da cerimônia na igreja, da noiva de branco (que representa a pureza), da benção do pastor, das famílias, da igreja, todos representando a benção e o consentimento de Deus, seguido da noite de núpcias (a "primeira vez" dos noivos), tornou-se algo tão canonizado que se a ordem dos acontecimentos, por um motivo ou por outro, muda, o escândalo e a desaprovação são gerais, com raras exceções. Por essas e por tantas outras coisas que é, para tantos, difícil falar sobre sexo na igreja, ou qualquer outro lugar, que dirá tomar alguma posição.

Quando não há educação e o ensino de um evangelho que não oprime ou aprisiona, mas que, pelo contrário, liberta, você cria pessoas cativas: a um pensamento doutrinário fraco, à vigilância do pastor, do líder de jovens, dos outros membros da igreja, etc. Em conseqüência, esta pessoa (a “vítima”), quando estiver sozinha e tiver que lidar com situações como esta que estamos tratando, de sexo, masturbação, etc., ela não vai conseguir segurar a barra, pois tudo o que ouvira, até então, foram respostas negativas e evasivas, e quando o corpo e a mente dizem "sim" e a "coisa" acontece, ela se enche de complexo de culpa e, dependendo do que vai ouvir de quem souber o que aconteceu, ela adoece, e acaba entrando num círculo vicioso muitas vezes sem volta.

Jonathan

Um comentário:

Yure disse...

Tenho fortes motivos para crer que masturbação não é pecado. É algo natural e uma coisa a qual todos somos tentados em todas as fases de nossa vida. Se fosse pecado, a Bíblia deveria se referir a ela diretamente, como faz com fornicação, adultério, bestialidade, assassinato...