
Outra questão é que a morte nos faz olhar para a vida com outra perspectiva. Diante da morte os vivos passam, ainda que por um momento, a enxergar o sentido limitado que têm de longevidade, e se lembrar da efemeridade da existência. A morte alheia incita o auto-exame; a dor e tristeza pela perda produzem introspecção – “porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração”.
A tristeza óbvia pela separação causada pela morte não deve nos paralisar (ainda que por certo período de tempo seja isso que ela produz), nem nos destruir, mas ajudar-nos a atingir a consciência de que nossas vidas estão sob a tutela de mãos maiores, maiores que a vida e a própria morte, mãos divinas, de amor eterno e sempre disponível.
Encarar a realidade da morte de frente é se preparar para ávida com o realismo e para a morte com a esperança da ressurreição; é aprender a cultivar os valores eternos e permitir, como afirma Dorotee Sölle, que o cálice do sofrimento transforme-se no cálice da fortaleza.
Jonathan
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