terça-feira, 8 de julho de 2008

Reflexões sobre vida e morte (II)

Por que a morte é tão terrível aos olhos humanos? Porque, para muitos, ela significa o “fim da linha”, o final da vida. Mas por que o pregador diz então que o dia da morte é melhor que o nascimento, e que o fim é melhor que o princípio? Pois, para aqueles cujo temor é o princípio da sabedoria e existência, a morte não é o fim, mas o porta de entrada da nova vida: “Eis que faço novas todas as coisas”. A morte é o fim da vida finita e a entrada na vida que continua na eternidade.

Outra questão é que a morte nos faz olhar para a vida com outra perspectiva. Diante da morte os vivos passam, ainda que por um momento, a enxergar o sentido limitado que têm de longevidade, e se lembrar da efemeridade da existência. A morte alheia incita o auto-exame; a dor e tristeza pela perda produzem introspecção – “porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração”.

A tristeza óbvia pela separação causada pela morte não deve nos paralisar (ainda que por certo período de tempo seja isso que ela produz), nem nos destruir, mas ajudar-nos a atingir a consciência de que nossas vidas estão sob a tutela de mãos maiores, maiores que a vida e a própria morte, mãos divinas, de amor eterno e sempre disponível.

Encarar a realidade da morte de frente é se preparar para ávida com o realismo e para a morte com a esperança da ressurreição; é aprender a cultivar os valores eternos e permitir, como afirma Dorotee Sölle, que o cálice do sofrimento transforme-se no cálice da fortaleza.

Jonathan

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