domingo, 28 de setembro de 2008

Pense muito, que é melhor se sofrer junto...

Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos... ali o Senhor ordena a sua benção e a vida para sempre” (Sl 133.1,3).

Quando se está longe de casa, dos seus, assim como eu estou a um mês, é que se pode dar maior valor ao "estar junto", à comunhão que temos uns com os outros, enquanto família, amigos, irmãos, parceiros e parceiras de caminhada. A comunhão está na essência da vida e na essência da criação. Desde o princípio Deus fez essa escolha: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2.18). Dois é sempre melhor que um: na alegria ou na dor, na celebração ou no luto. Já dizia Vinicius de Morais: “Pense muito, que é melhor se sofrer junto que viver feliz sozinho”. Bela poesia, que expressa o valor de uma vida em comum, custe o que custar. "There's no concern when we're wounded together", afirma o cantor Jason Mraz em sua bonita canção "A beautiful mess".

Há algum tempo, preguei um sermão falando sobre ser comprometido com a comunhão. Baseado no banquete (Ceia) para o qual Deus nos convidou em Cristo, como lembrança de seu sacrifício vivo entre e por cada um de nós, eu afirmei: A história que Deus escreve conosco, de modo insistente, perseverante, é uma história de comunhão. Ele deseja se relacionar conosco! Ele partilhou sua própria vida conosco! E como forma de lembrança, Ele nos convida hoje a tomar do vinho, a comer do pão, como plena e misteriosa expressão da vida que Ele nos ofereceu em Jesus. Não são simples migalhas ou simples goles. É o símbolo de TUDO o que Deus nos deu! Podemos viver da graça, expressa no pão e no vinho, e em nosso compromisso renovado de comunhão no Espírito e de amor mútuo.

Ontem recebi um email simples e tocante de um novo, mas já querido irmão de caminhada em Londrina, o Marco Antonio. Nele, além das palavras de conforto, estava a letra de uma bela canção de sua autoria, que ele afirma ter sido baseada em uma das frases por mim ditas naquela pregação, a qual, segundo ele, "bateu e ficou". Fiquei muito feliz em receber essa mensagem, e mais feliz ainda em ler e degustar essa bonita letra, que busca expressar nossa comunhão mística em Deus. Quando li, fiquei pensando: precisamos urgentemente de mais poetas na igreja evangélica brasileira, como o Marco, que consigam unir o sabor de bonitas palavras com o sabor de uma boa, profunda e bíblica teologia. Por isso, tenho a honra de poder compartilhar com vocês essa singela e profunda poesia:
A NOSSA COMUNHÃO
(Marco Antonio Rosa)

NÃO É SOMENTE MEU,
E ASSIM PERTENCE A TI
O AMOR QUE ELE ME DEU
E AGORA VIVE EM MIM.

EU QUERO REPARTIR
O QUE EU RECEBI:
DE GRAÇA ELE DEU,
DE GRAÇA EU SOU TEU.

VEM DO TEU ESPÍRITO A NOSSA COMUNHÃO,
SOMOS UM SÓ PÃO, UM SÓ CORPO,
UM SÓ CORPO NA ALEGRIA E NA DOR,
NA MESMA ESPERANÇA, NO MESMO AMOR.

EU TE DOU MEU PÃO
PARA TE VER FELIZ,
E TE DOU DE BEBER
DA FONTE DESSE AMOR

QUE NOS FAZ CANTAR
A UMA DOCE VOZ
O AMOR DO NOSSO DEUS
QUE AGORA VIVE EM NÓS.

Jonathan

2 comentários:

André Decotelli disse...

Por essa razão que Paulo disse em I Cor. 12:31..."e eis que vos mostrarei um caminho de sobre maneira excelente. Ainda que eu falasse a língua dos anjos...".
É uma pena que tenhamos perdido a noção e o prazer que há em comermos juntos o pão. Para os judeus isso ainda é uma coisa de valor. A verdadeira ceia...

Jonathan Menezes disse...

Concordo!
Abraço!