segunda-feira, 21 de junho de 2010

A pesquisa: antes de se lançar, planejar!

Aos meus alunos(as) de Metodologia da Pesquisa

Lucas 14.28-33
28 Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la? 29 Pois, se lançar o alicerce e não for capaz de terminá-la, todos os que a virem rirão dele, 30 dizendo: 'Este homem começou a construir e não foi capaz de terminar'. 31 Ou, qual é o rei que, pretendendo sair à guerra contra outro rei, primeiro não se assenta e pensa se com dez mil homens é capaz de enfrentar aquele que vem contra ele com vinte mil? 32 Se não for capaz, enviará uma delegação, enquanto o outro ainda está longe, e pedirá um acordo de paz. 33 Da mesma forma, qualquer de vocês que não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo.

No contexto em que diz tais palavras, Jesus está querendo ressaltar, diante da multidão que se encontra ao seu redor, os custos do que significa segui-lo em seu reino: amar a ele mais do que a sua própria vida, e tomar a sua cruz, negando-se a si mesmo. Tudo isso, como resposta aqueles que, sem pensar, concluíram: “Feliz será aquele que comer no banquete do Reino de Deus” (Lc 14.15). Jesus não nega que esse alguém será feliz. Mas o que ele faz aqui é indagar: pois bem, mas, antes, avaliemos o que significa tomar parte no banquete do reino de Deus.
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Em suma, a questão parece ser: Não se pode prosseguir no caminho do discipulado sem fazer uma avaliação do que de fato significa seguir a Jesus.
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O que desejo chamar atenção aqui é: nos dois exemplos que Jesus usa, está explícita a idéia de uma necessidade, em todo empreendimento, de uma avaliação anterior. No caso da torre, a questão é o cálculo financeiro (o dinheiro vai dar?); no caso dos reis em guerra, a questão é de estratégia (podemos vencer com esse contingente?).
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No caso de uma pesquisa, o cuidado e o zelo não devem ser menores. Em todo trabalho de pesquisa, a máxima deve ser: planejar é preciso! O planejamento é o cálculo, o esquema, a estratégia e o pensamento que antecedem à ação. Sem ele, a ação possivelmente será dispersa e generalizante, e o resultado final será cheio de falhas, incoerências e a impossibilidade de concluir satisfatoriamente. Nossas decisões, por exemplo, diante da dúvida entre uma fonte ou informação e outra (estudá-la ou não? Usar este conceito ou aquele outro?) só poderão ser feitas mediante a consideração séria do que foi planejado. Se nada foi planejado, o que considerar?
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Assim como não podemos ser discípulos de Jesus sem assumir com integridade o significado mais amplo do discipulado, não poderemos ser pesquisadores, sem um planejamento prévio, cuidadoso e pensado, antes de “entrarmos de cabeça” na pesquisa. Mas, lembrem-se: todo planejamento pode dar errado, e, de certo modo, foi feito para dar errado. Estranho, não? Sim, e Não. Sim, se pensarmos que planejamos com o desejo de que dê certo (ora bolas!). E não, se nos conscientizarmos de que no processo de execução aprendemos coisas novas, nos reinventamos e, assim, mudamos um pouco (senão toda) a rota.
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Planejar não é o mesmo que construir um mundo perfeito, mas ajudar a nos situar e crescer em meio às imperfeições e imprevisibilidades que nos circundam nesse mundo. Sejamos pesquisadores com excelência para o reino!

Jonathan

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