segunda-feira, 29 de junho de 2009

Nutrir a coragem de ser quem se é

"Tão somente vivamos de acordo com o que já alcançamos" (Filipenses 3.16).

Tenho a convicção de que grande parte das dores do dia-a-dia das pessoas provém da não aceitação de si mesmas como são e de sua vida tal como ela é...

Nos vemos cercados de cobranças: em casa, para ser um bom pai, bom marido, bom filho, boa esposa; no cotidiano, para ser um bom amigo, um bom aluno, um profissional bem-sucedido, um ser quase-perfeito (polivalente) em tudo o que faz e diz.

Precisamos das cobranças, é claro; elas não deixam que nos acomodemos. Mas elas podem ter também o efeito contrário se não soubermos administrá-las bem. Podemos ser tragados pelas muitas cobranças do dia a dia...

Paulo é sábio em apontar essa questão. Avaliar sua situação, esquecer das coisas que para traz ficam, e avançar para o “alvo”, não implica em pular etapas, desrespeitar os níveis.

A vida não é como um vídeo-game: tendo a senha correta, você pode pular de fase. Não! Aqui, se nós tentamos pular de fase, tendemos a nos violentar, ou violentar os outros, quando não respeitamos seus próprios progressos e o nosso. Cada pessoa tem um ritmo... Identificar o nosso ritmo próprio de crescimento e respeitá-lo é também reconhecer que estamos inacabados, é curtir mais saudavelmente a sua vida.

Paul Tillich, que escreveu “A Coragem de ser”, diz nesse livro que: “Coragem é a afirmação do ser a despeito do não-ser”. Em outras palavras, é aceitar quem somos, não obstante o fato de ainda não sermos completamente quem seremos ou quem gostaríamos de ser... Não poderemos andar de acordo com Deus se não andarmos “de acordo com o que já alcançamos”, sem atender aos clamores da falsa urgência criada pelos outros ou por nossa mente de que temos de pular etapas.

Termino com uma frase de Rob Bell, para você pensar essa semana: “Você não poderá estar conectado com Deus enquanto não estiver em paz com quem você é, da maneira como foi feito e a vida que lhe foi dada”.

Jonathan

Um comentário:

Daniel Guanaes disse...

Bom demais, Jon. Ah cuidado c o Rob Bell... esses emergentes..hahah
Obs: só comecei a ler a igreja do outro lado. O prefácio do Ed Renné já vale.
abs