domingo, 13 de setembro de 2009

I. Amor

Não há muita coisa para ser dita sobre uma vida vivida no amor de Deus que Jesus Cristo já não tenha demonstrado ou que as Escrituras já não tenham resumido em sentenças, tais como “Deus é amor”, “Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, e assim por diante.

Mas há um texto belo e poético que sintetiza muito bem e poeticamente o ágape (do grego “caridade”, que se refere ao amor divino): 1 Coríntios 13.

A vida intelectual é cheia de armadilhas. Uma delas é a de nos jactarmos do conhecimento, nos orgulhar de quão virtuosos somos por cultivar tanto conhecimento, habilidade, títulos, premiações, eloqüência e proficiência. Vaidade de vaidades, esse mundo acadêmico também é cheio delas, nele há fogueiras delas.
Tudo isso é válido, tem a sua função, cumpre seu papel, mas é inútil se não for precedido pelo amor. A primeira parte do capítulo segue essa tônica: não importa o que digamos, acreditemos, ou façamos, estaremos falidos se nisso não tiver amor, se não for por amor.

Quando aquilo que somos e sabemos, nossas conquistas pessoais, bens, habilidades, recursos e inteligência são exercidos sem amor, isto é, sem o propósito de ter o outro em consideração antes de si mesmo, de não se ensoberbecer, sentir ou provocar ciúmes, não forçar nem abusar dos outros, muito menos se aproveitar das circunstâncias em favor próprio, e não confiar em Deus sempre, elas perdem seu sentido de ser. Isso, pois todas essas coisas têm pouca durabilidade, consumir-se-ão com o tempo e com o fim dele, enquanto o amor, esse nunca morre...

Como diria Paulo em outra oportunidade, “o conhecimento ensoberbece, mas o amor edifica”. O apóstolo não está aqui menosprezando o conhecimento em si, mas indicando a sua provável finalidade (a soberba) sem a presença do amor. O amor dá vida aquele que conhece, e, por conseguinte, ao conhecimento, que por sua vez gerará vida a quem dele na mutualidade partilhar.

O conhecimento um dia conhecerá seu limite. Mas ele pode servir a propósitos imprevisíveis, eternos e belos, se for hóspede freqüente da casa do amor...

Jonathan

Nenhum comentário: