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Quero também chorar com ela, pois a alegria se expressa no pranto tanto quanto no riso; e nos mais profundos recônditos de nossa alma, ainda que muitas vezes ferida, triste, sem horizontes, existe uma alegria escondida, a alegria de que ser é o bastante, pois bem-aventurados são aqueles que aprendem que na vida não precisamos ter ou fazer tantas coisas, e que mais importante é caminhar, e de modo mais despretensioso possível, pra que os sonhos e as pretensões de Deus encharquem nossos corações, mobilizando-nos para uma jornada mais compassiva, sensível e agradecida...
Quero trazer uma palavra de esperança ao seu coração. Porque sem esperança, por mais dias que vivamos e passemos nesse mundo, seremos os mais infelizes dentre os caminhantes... A esperança é o combustível para uma existência movida pela graça de Deus, e que, apesar dos muitos enfados, percalços e dores, ainda assim teima em desenvolver a tenra arte de persistir e nunca desistir da vida. Afinal de contas, não é Deus o ser mais apaixonado pela vida de que já ouvimos falar?
Quero, portanto, convidá-la a ser contaminada pelo desejo incessante de viver e de espalhar a vida de Deus entre aqueles que talvez tenham perdido a noção de que viver é bom demais, apesar dos pesares, pesados, mas não o bastante para nos derrubar em definitivo. Quando sou fraco, então é que sou forte... E como diz a bela canção “O que é o que é”, de Gonzaguinha, quero incentivá-la a nutrir e ficar com a pureza da resposta das crianças: “é a vida, é bonita e é bonita...”.
Viver, e não ter a vergonha de ser feliz. Cantar (e cantar e cantar...) a beleza de ser um eterno aprendiz. Eu sei (ah, eu sei) que a vida podia ser bem melhor e será, mas isso não impede que eu repita, é bonita, é bonita e é bonita... Um beijo no coração!
Jonathan