
A abertura para o outro jamais acontecerá sem uma real abertura para si mesmo. O autoconhecimento é uma das disciplinas mais essenciais à sanidade, pois gera efetivas lutas contra nossas hostilidades interiores, das quais preferimos não falar, nem enxergar. Criamos, assim, um mito – como o daquele filme, A Vila – em torno daqueles sobre quem não podemos falar. E isso se torna uma voz, produzida por nossos mecanismos de defesa, que diz: “não toque, jamais toque nisto”, parecendo-se com o aviso de uma mãe ao seu filho para que não bote o dedo na tomada a fim de não ser eletrocutado. Mas sem choque, em certo sentido, não há o renascimento de uma nova energia, assim como sem a tristeza, a exultação perde seu valor, e sem o fracasso, não há prazer no êxito.
Aqueles (as) que insistirem em manter ocultas suas próprias dores, não conhecendo nem as aceitando, jamais poderão alcançar a cura. Nosso Deus, apesar de silencioso muitas vezes, nunca omite seu amor e cuidado por nós, mesmo sabendo tão bem de nossas contradições. Mas é difícil experimentar de um amor tão terno e incondicional se não conseguimos ser sinceros com Ele. Ousemos enfrentar essa realidade e aprender a orar como o salmista: “Um abismo chama o outro abismo... Contudo, Senhor, durante o dia me acompanha a sua misericórdia, e de noite está comigo o teu cântico... A Ele, meu auxílio, Deus meu” (Sl 42), quero me conhecer melhor, para te conhecer, Senhor.
Jonathan
Um comentário:
Belo texto. Beijos
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