
Escrever não é apenas uma anotação de idéias. Frequentemente se diz: “Eu não sei o que escrever. Não tenho pensamentos que valham a pena ser anotados”. Porém, a boa escrita, em si, nasce do próprio processo de escrever. Tal como simplesmente sentamos em frente a uma folha de papel e começamos a expressar em palavras o que está em nossas mentes ou em nossos corações, novas idéias emergem, idéias quem podem nos surpreender e nos levar a lugares interiores que mal sabíamos que estavam lá.
Um dos aspectos mais prazerosos da escrita é que ela abre poços profundos para tesouros escondidos que para nós são bonitos de ver, e às vezes para os outros também. Um dos argumentos frequentemente usados para não escrever é esse: “Não tenho nada de original para dizer. O que quer que eu diga alguém já disse antes de mim, e bem melhor do que eu nunca poderia ter dito”. Esse, contudo, não é um bom argumento para não se escrever.
Cada pessoa humana é única e original, e ninguém viveu o que essa pessoa viveu. Além disso, o que temos vivido não é apenas para nós próprios, mas para outros também. A escrita pode ser uma maneira muito criativa e revigorante para tornar nossa vida disponível a nós mesmos e aos outros. Temos que confiar que as nossas histórias merecem ser contadas. Podemos descobrir que quão melhor escrevermos nossas histórias, melhor desejaremos vivê-las.
Henri J. M. Nouwen
Traduzido de Daily Meditation (from Henri Nouwen Society)
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