segunda-feira, 29 de junho de 2009
Nutrir a coragem de ser quem se é
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Convertendo nossas ilusões através da oração
(Texto extraído do livro Transforma Meu Pranto em Dança).
terça-feira, 23 de junho de 2009
E se tudo terminasse com o "fim" (II)
E se tudo terminasse com o "fim" (I)
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Amor mais forte que a morte
“Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: ‘Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro’. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8.35-39).
Jonathan
Eu queria...
E então, nos oníricos caminhos dos sonhos buscássemos o João e o Silvio. E assim, juntos, cavalgaríamos Pegasus e avistaríamos a Regiane à sombra da árvore do fruto sagrado e mais adiante o velho Irineu sentado no Caminho de Compostela e que, por sua fé, flanaríamos até o Joseph e o Josué que, juntos, filosofariam sobre o sentido da existência.
Aí todos nós trilharíamos sobre as plácidas águas do mar azul. E lá, no fim do azul do mar, dormitariam o Celso e o Negão em seus devaneios sobre a pureza das crianças...
Ahh! As sendas das purezas... depararíamos com o Wander, o Jair, o Marcão e o Ademir envoltos no véu sacro da sabedoria.
Mas eu queria chegar no topo da montanha impossível. Era preciso juntar todos os estóicos e os bravos. Eis que, num átimo de tempo surgem dourados por brilhos estelares, o Tom, o Sérgio, o Benê e a Rosilene.
Seria, pois, a hora da ascensão ao cume; e um tosco pássaro branco viria dos confins dos sertões e nos levaria em suas asas, como num raio de luz, às bordas da montanha impossível e, de lá, trombetearíamos aos quatro ventos:
Um outro mundo é possível!
(Escrito em 26 de março de 2003)
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Inquietações, silêncio, presença
Prefiro o ar inquieto do quarto de uma pessoa solitária, povoada por pensamentos, silêncio e pontos de interrogação, do que o ar ilusivo de um auditório iluminado e cheio de pessoas ouvindo respostas fáceis e fúteis a perguntas para as quais, muitas vezes, não há resposta, pelo menos não assim... infantilmente. As respostas que me apetecem não são aquelas que cabem em uma caixa, mas aquelas que transbordam os odres quando estes não mais servem, não para contê-las, mas para lidar com elas.
Não se "contém" respostas, mas administra-se bem ou mal nossa capacidade de conferir algumas delas, reconhecendo a provisoriedade de nossas formulações. Num mundo carente de respostas, não podemos deixar de formulá-las, não é este o ponto; precisamos, sim, formulá-las com cuidado (para não ser leviano com a dor dos outros), humildade (para reconhecer que não temos jeito pra tudo) e honestidade (pois a melhor resposta pode ser o reconhecimento de que não temos resposta).
Esta semana, enquanto estava ao lado de uma amiga que acabara de perder seu marido, vi-me envolto por essa "incapacidade" - não por não saber o que dizer, mas por saber que qualquer coisa que dissesse teria pouco ou nenhum efeito naquele momento. Num dado instante, uma funcionária entrou no quarto do hospital (onde estávamos) e disse: "Não chore, não fique assim, ele descansou, foi melhor". Melhor, é mesmo? "Era melhor ter ficado calada", pensei, e só ter dado um abraço nela, por exemplo. O que a percepção de que "foi melhor" muda a dor de quem perde, de quem fica? Então, fiquei ao lado dela, chorei junto, ouvi suas elaborações de luto. A presença é muito mais significativa que as palavras. Nossa ânsia furtiva por falar, por "dar respostas" nos cega para a beleza e efetividade da simples presença. Talvez Deus não tenha nenhuma palavra específica para "melhorar" minha dor circunstancial, mas, pela fé, eu posso estar certo de que tenho sua presença: misteriosa, silenciosa, incompreensivelmente confortadora...
Perguntas são formuladas no lamento, perguntas que encontram a face fria do silêncio: "Até quando, Senhor? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto? Até quando estarei eu relutando dentro de minha alma, com tristeza no coração cada dia?...." (Salmo 13). Que a resposta possa eu mesmo (e cada um) encontrar, no fundo do ser, soprada pelo Espírito: "No tocante a mim, confio na tua graça"... resposta de um coração choroso, relutante, duvidoso, mas, paradoxalmente, muito confiante. Confiança que não se expressa num otimismo ingênuo, nem em palavras bonitas, mas na certeza quem sabe inquieta, silenciosa, da presença de Deus.
Inquietações, inquietações - Por Ricardo Gondim
Por que as forças do mal se reproduzem como amebas? Forçados a viver com paradoxos, os humanos sofrem debaixo da burocracia de um Estado frio; satanicamente manipulado por lógicas nobres. Mas existe uma lógica que exige o choro de criança, o luto de mãe pobre e o abandono de idoso? Tal coerência já deveria ter sido soterrada há milênios. As masmorras, os hospícios, os patíbulos, são monumentos que escarram na cara da humanidade.
Tateio em busca de respostas. Entorpeço a alma diluindo a verdade. Inebriado por quimeras, sigo iludido com a grandeza humana. Com a mão direita canibalizamos, com a esquerda, escrevemos poesia. Fazemos guerra para trazer paz. Vaidosos, nos consideramos um pouco menores que os anjos. Não vemos nossa face desfigurada; somos monstros de iniquidade.
O caminho não desemboca na estrada. O rio não alcança o oceano. A estrela não explode o universo. O tempo não fraciona a eternidade. A pergunta não esgota a verdade. O afeto não redime o ódio. A nostalgia não recupera o passado. A clemência não explica o holocausto. A ciência não alcança o inconsciente. Não há século que alivie o mal de cada dia.Extraído de: www.ricardogondim.com.br
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Transgredir - por Paulo Brabo
Dito de outra forma, transgredir não equivale, de modo algum, a pecar; transgredir é exercer uma liberdade de escolha que é sempre terrível, porque cada escolha pode ter intenções e resultados bons ou maus. É por isso que se diz de quem transgrediu que “conheceu o bem e o mal”, porque sua escolha poderá ter resultados bons ou ruins – ou, mais propriamente, porque o transgressor terá de arcar com as consequências tanto boas quanto más da sua decisão.
Em termos narrativos, portanto, transgredir equivale a viver. Pedir um favor, dar um presente, declararar amor, declarar guerra, fazer amigos e ajudar um desconhecido – bem como atitudes puramente negativas e cautelosas como o recolhimento e a abstinência – envolvem, cada uma a seu modo, alguma modalidade de transgressão. O dilema moral não reside em transgredir ou não, mas em transgredir de que forma; isto é, de que forma fazer a narrativa avançar.
O médico transgride quando se interpõe no caminho da doença, o bombeiro transgride quando se interpõe no caminho do fogo; a viúva pobre transgride quando passa dia e noite exigindo justiça na porta da casa do juiz corrupto, e o juiz transgride quando faz justiça para aplacar a insistência da viúva. Se Romeu e Julieta não tivessem transgredido, reconhecendo seu amor diante um do outro e do mundo, seus descendentes correriam céleres e vivos entre nós em linhagens independentes; porém amaram e morreram, isto é conheceram o bem e o mal. Deus, naturalmente, é o mais assíduo e mais apaixonado transgressor, porque criou-nos o homem à sua imagem e semelhança e aqui estamos eu e você. Cada protagonista tem o conflito que merece.
Não devemos, portanto, cair na armadilha da serpente e procurar, nesta que é a narrativa primordial da transgressão, indícios de um pecado original, porque – não bastará nunca repetir – o pecado original não está no original. Neste que seria o momento ideal para fazê-lo, o texto irá se recusar, até o final, a chamar de pecado o que está prestes a acontecer. Daqui a um momento Adão e Eva terão transgredido e Deus dirá “agora o homem é como nós, conhecendo o bem e o mal”. Ou seja, o homem é como Deus no que transgrediu, e não no que pecou. Com Deus e como Deus, terá de arcar com as consequências da sua transgressão.
E, como homem, terá de arcar com as consequências do seu pecado. O pecado no entanto, não é resultado, causa ou efeito da transgressão. O pecado é injeção da serpente.
Paulo Brabo
Extraído de: http://www.baciadasalmas.com/
terça-feira, 2 de junho de 2009
Carta à minha comunidade
Tem sido muito gratificante participar desse processo de "desenho" de nossa caminhada para adiante, que não é a mera nomeação e/ou criação de coisas como entretenimento, mas uma oportunidade real de dar "uma cara" para uma comunidade que é nova e que vem aprendendo, às duras penas talvez, mas com maturidade até aqui, com os erros do passado e algumas repetições deles no presente, bem como com os muitos (e superiores aos erros) acertos que temos tido, pela graça do Pai. É bonito ver que Deus tem nos moldado a cada dia de um modo muito peculiar, e nos incomodado a descobrir nosso papel como igreja no lugar em que Ele mesmo nos colocou, sem necessidade de comparações ou "inveja" de outros modelos.
Como uma comunidade pequena, ou uma "família", como temos dito, é muito mais comum a vivência calorosa de crises, problemas e demandas e de uma forma muito próxima, como vive mesmo uma família. Estamos muito mais sujeitos a ter de lidar com ciúmes, desentendimentos, chateações e mágoas que uma "mega-igreja", por exemplo, que já possui toda uma estrutura de funcionamento capaz de manter muitas pessoas à distância dos "problemas" que ocorrem nos bastidores, que, sabemos, todas elas têm. Nossa diferença é que não podemos esconder coisas nos bastidores, pois os bastidores são vividos por quase todos e cada um de nós explicitamente. Não vejo isso como demérito, mas como oportunidade de crescimento.
Respeito e até entendo aquelas pessoas que preferem o conforto morno e descomprometido de uma comunidade que te oferece tudo, ou às vezes do compromisso com algo já bem estruturado e organizado. Deus fala e age por meio deles também, eu creio. Mas se sempre me for dada a possibilidade de escolha, preferirei os calorosos braços da comunidade pequena e tudo o que a vida nela implica, pois sei que o ônus pode ser maior, mas o crescimento também o é, e as alegrias que certamente experimentamos por partilhar de um jeito peculiar de ser humano e de ser igreja, de um modo tão abençoadamente entrelaçado que nos envolve e nos convoca ao comprometimento, também o são.
A vida em família pode ser tão fascinante quanto é assustadora. E talvez o fascínio resida exatamente no fato de para onde corrermos lá estaremos, não há como fugir. Assim, por que não encarar, com honestidade, humildade, amor, temor e tremor? Tenho orgulho de fazer parte da Igreja do Caminho, e continuarei tendo, mesmo que Deus me conduza por outros "caminhos", longe dela, algum dia... é muito bom e gratificante ser parte daquilo em que claramente se vê a mão graciosa e amorosa do Pai!