De acordo com José Comblin, a captação mais precisa da liberdade não se realiza por um ato único, isolado dos demais, individualista. Segundo ele:
A liberdade somente existe numa grande diversidade de “liberdades” e cada uma é objeto de longas, repetidas, cansativas operações de conquista: liberdade das forças de dominação da natureza física do inconsciente, liberdade das forças políticas e econômicas múltiplas que procedem de uma história complexa e de relações mútuas entre indivíduos e grupos (...) Nossa liberdade existe nas liberdades conquistadas entre essas múltiplas relações com os outros seres humanos e com o conjunto do mundo material.
(José Comblin. "Cristãos rumo ao século XXI", p. 70,71).
Portanto, o ato singular e genuíno de liberdade está no encontro com outras liberdades – de Deus e do próximo – conforme a relação de mútua dependência e de liberdade que há entre as três pessoas da Trindade: Pai, Filho e Espírito, refletindo a união eterna do Deus da comunhão. Não sou livre para me acomodar com os enganos do conformismo e do conforto individualista, de achar que liberdade é para fazer o que quero e como quero, mas para abdicar da zona de conforto e encontrar-me com o outro, pois, encontrando o outro, estarei indo ao encontro de mim mesmo e em direção ao Espírito do Deus que nos criou.
Jonathan
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