Há mais ou menos 1 ano atrás, concedi uma entrevista ao Jornal "Comtexto" da UNOPAR, falando sobre a questão da sexualidade na igreja. Foi uma experiência interessante e que gerou um debate caloroso. Gostaria de publicar aqui uma de minhas respostas na ocasião às muitas críticas, positivas e negativas, que recebi pelo que opiniei ali.
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Quando fui convidado para dar essa entrevista, logo pensei: "Se não disser aquilo que os evangélicos estão acostumados a ouvir e que os manteriam bem acomodados em suas posições e estados mentais anteriores, certamente serei execrado". Mas, por outro lado, indaguei: "E se não for honesto o suficiente diante de Deus e das pessoas, e corajoso para dizer aquilo que penso e acredito estar de acordo com a Palavra, sem medo de ser julgado, esterei agindo contra minha consciência". Bem, assumi os riscos, e estou "pagando" por tê-los assumido, como ficou bem claro por boa parte das opiniões até aqui colocadas. Quero dizer que respeito todas e acolho as críticas de bom grado, e tento compreender mesmo aquelas que fazem juízos de valor premeditados, como os de que eu "morri na unção", de que "pratiquei sexo antes do casamento" e falei tudo isso só pra "justificar meu pecado", de que é "desculpa pra pecar teologicamente", de que sou "falso profeta", herege e "dei lugar ao Diabo", de que "esse sangue" será cobrado de mim (qual sangue?), de que preciso me santificar, de que expressei minha falta de conhecimento e "falta de vontade", etc. Pois bem, respeitando a todos, quero apenas colocar algumas coisas:
1º.Minha ênfase nas respostas não estiveram no sexo antes ou depois do casamento. Isso foi uma escolha de quem publicou a matéria, em enfatizar isso na minha fala. Meus pontos principais sempre foram o sexo com amor e com responsabilidade. Repito o que disse no final, para quem não prestou a atenção: "A grosso modo, ele apenas está dizendo que o casamento é o melhor lugar para se viver essas experiências, provando nada mais, nada menos que conhecia bem nossa natureza humana, nossas necessidades e limitações".
2º.Continuo reafirmando: o que muitos líderes dizem ser bíblico e de Deus não é nem bíblico e nem divino, mas absolutas perversões da Palavra. Muitas das opiniões expostas aqui continuam presas a uma "teologia moral de causa e efeito" (como diz Caio Fabio), cujos pressupostos são fundados num escravismo legal e não na Graça muito menos numa leitura sensata das Escrituras. Não creio que falar de graça e da liberdade em Cristo, cf. Paulo, seja necessariamente um caminho para justificar a libertinagem, e não afirmei e nem defendi a libertinagem aqui. Se alguém, porventura, entendeu assim, lamento; ou se quer ser libertino por causa do que disse, lamento mais ainda, porque não me entendeu. Como expliquei, e repito: "Devemos ser livres e maduros o suficiente para escolher o melhor caminho". Mas já estou chegando a conclusão que liberdade e maturidade é coisa pra poucos, pouquíssimos. A maioria ainda prefere a escravidão do Egito que os 40 anos no deserto. Fazer o quê?
3º.Quanto aos juízos de valor, de que sou isso ou aquilo, questionando minha integridade em Deus, sugiro que os "irmaõs e irmãs" releiam Mateus 7 e Mateus 23. Ah, de preferência, releiam todos os Evangelhos e tentem observar melhor a conduta e os ensinamentos de Jesus, que certamente serão uma melhor defesa do que qualquer coisa que poderia argumentar aqui a meu favor. Sinceramente, acho que é perda de tempo. Só Deus tem a chave e o acesso aos corações e segredos dos homens. O que passar disso é enfado da carne, engodo espiritual de quem sofre de uma das piores neuroses de nosso tempo: a "neurose de santidade". Só clamo pela misericórdia de Deus sobre mim, pecador!
4º. Por fim, reconheço que as afirmações que faço nessa matéria são um pouco arrojadas para um espaço tão curto, e careceriam de um tempo e uma instância maiores a fim de que fossem melhor debatidas ou, quiçá, compreendidas, até para diminuir os julgamentos. Mas, como disse, as afirmei de boa e sã consciência em Deus, mesmo prevendo as implicações. As interpretações e desdobramentos disso estão fora de meu controle. Como diz Tiago, cada um se ocupe em refrear sua própria língua. Outra vez digo: respeito as opiniões aqui expostas e até os ataques. Isso faz parte da vida de quem escolhe opinar e lançar idéias livremente, e correr o risco de ser bem, mal ou até de não ser compreendido e até execrado. Aceito esse fardo. É também o meu fardo.
Jonathan