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Imagine que você vive num dos poucos lugares do mundo onde se tem plantação de bananas. Para você, que vive ali, é uma coisa comum. Você pode se dar ao luxo até de estar enjoado de banana. Mas, para os de fora, que não têm bananas livremente em sua terra, a não ser as “importadas” ou “clandestinas”, é uma enorme novidade e atração. Eu diria que, para os holandeses, é mais ou menos assim: essas questões não são tão extraordinárias. Elas simplesmente são assim como são. Você não vê nenhum alarde acerca disso. Ninguém vai te agarrar na rua e chamar pro parque pra fazer sexo, ou te oferecer drogas deliberadamente. Aliás, se há uma palavra que os holandeses gostam é discrição; eles são muito discretos. Eu diria que quem vem pra cá tem um cardápio de opções das mais múltiplas possíveis para experimentar. Mas, cada um experimenta a cidade como quer. Por isso falo dos preconceitos; não há somente o imperativo do sexo e o imperativo das drogas aqui! Só há pra quem escolhe experimentar esse lado da cidade. Mas esse é somente um lado da moeda.
Um colega africano, que aqui conheci, perguntou a minha opinião sobre o que eu achava melhor, referindo-se a essas duas questões (prostituição e drogas): um país, como o Brasil, no qual existem leis contrárias a essas questões, mas que não reduzem na prática (vide os grandes esquemas de prostituição e tráfico de drogas que prosperam cada vez mais), ou um país onde ambos são autorizados por lei? Bem, já me deparei com essas questões anteriormente, mas, minha opinião sincera foi e é pela segunda opção, embora não sei se num país como o Brasil qualquer das duas inibiria o crime. Mas, é uma coisa óbvia! Tudo o que é proibido tem um gosto diferente e aguça mais o desejo pela transgressão e subversão das regras e normas. Como diz uma canção chamada "Dirty Little Secret": “I want, I need the fruit of your pine, it tastes so bitter sweet cause I know it's not mine”.
As coisas são assim: quanto mais se proíbe, menos se coíbe! E quando paro pra pensar na moral cristã, tal como os brasileiros a concebem, vejo tão pouco nexo e lógica. Há algum nexo falar sobre uma mensagem sobre um reino de liberdade e graça, quando o que conseguimos, na prática, é só uma liberdade de cabresto e migalhas de graça, que está muito mais pra “des-graça”? As pessoas vêm em Jesus um rei libertador, mas, quando são convidadas a viver nesse reino de liberdade, onde cada um, à luz da Palavra e na dependência do Espírito, é árbitro de sua própria vida e consciência, elas recuam; é um peso muito grande ter de decidir por si próprias. Assim, preferem retornar ao Egito e viver sob as controladoras e seguras ordens de Faraó. Pérfida contradição!
Eu ainda fico com a palavra do apóstolo Paulo: “Foi para a liberdade que Cristo vos libertou! Permanecei, pois, firmes, e não vos submetais de novo ao jugo da escravidão!” (Gálatas 5.1).
Até a próxima!
Jonathan
(Foto: The Museumplain )
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