sexta-feira, 17 de junho de 2011

Comunidade: lugar por excelência para a espiritualidade (2)


Segunda pergunta: quando e como passa a existir a comunidade?
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Existe comunidade quando sou convidado a partilhar a minha vida com outras pessoas, a partir do evento do Cristo Ressurreto. Eugene Peterson afirma que a ressurreição é ponto de partida da comunidade do Espírito Santo. A ressurreição e ascensão de Cristo ao Pai conduziram aquele grupo de discípulos à reunião em Jerusalém; e Lucas vai dizer que eles perseverarem unânimes em oração, com as mulheres e com os irmãos de Jesus (At 1.13-14).
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Após a descida do Espírito Santo, o discurso de Pedro e a conversão e batismo de milhares de pessoas, nós vemos agora uma comunidade do Espírito, também perseverando em oração, no ensino dos apóstolos e no partir do pão. A oração simboliza essa incessante busca comunitária pela vontade e presença de Deus; o ensino apostólico, representa o compromisso com a Palavra e com o crescimento na fé; e o partir do pão aponta para a comunhão com Cristo em comunidade. Logo, o relato de Atos prossegue dizendo que “todos os creram estavam juntos e tinham tudo em comum”; partilhavam seus bens e acolhiam aos necessitados; louvavam a Deus e contavam com a simpatia do povo. E, enquanto tudo isso ocorria, o Senhor acrescentava, dia a dia, os que iam sendo salvos (At 2.42-47, 4.32).
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Então, Peterson está certo. Todos estavam juntos porque algo os juntou, e este algo foi a ação do Espírito movida pela ressurreição do Senhor. Sem a ressurreição não há vida e nem esperança; pela ressurreição o Espírito passa atuar entre os discípulos, e cria a comunidade cristã. A comunhão, portanto, não é algo que se promove artificialmente, mas é fruto da ação do Espírito. E o louvor a Deus brota da mutualidade, o “nós” é mais importante que o “eu”, porque o “eu” não existe sem o “nós”. É um (lamentável) sinal dos tempos que hoje nos foquemos tanto no “eu” (individual) e menos no “nós” (coletivo); a igreja deixa de ser comunidade do espírito quando ela passa a existir para satisfazer uma “ditadura do eu”: eu sou abençoado, eu sou amado, eu sou próspero, eu fui chamado, o Senhor guia o meu ministério, Deus me cura, me salva, me liberta, me, me, me... Tá cansado? Então imagina Deus...
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A comunidade do Espírito e seus líderes em Atos não estão preocupados criando estratégias para fazer a igreja crescer. Mas ela crescia como nunca, em meio à completa ausência de qualquer plano pretensioso de crescimento. O crescimento se dá em um processo integral natural (usando aqui as categorias de Orlando Costas): quanto mais a comunidade perseverava e crescia na comunhão e no ensino (crescimento conceitual e orgânico), mais isto a impelia a se acercar e a acolher às necessidades do entorno (crescimento diaconal), e a contar com a simpatia do povo. E “enquanto tudo isso ocorria”, o Senhor acrescentava dia a dia mais pessoas à comunidade dos salvos (crescimento numérico).
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Então, quando vemos a explosão de crescimento na igreja evangélica hoje, devemos nos perguntar não tanto sobre métodos, estratégias ou números, mas no quê e no como está crescendo (qualidade). De nada adianta uma igreja grande no tamanho, mas pequena na maturidade cristã.
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Jonathan

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