O que nos motiva e nos move a continuar cantando?
Assim como nós, o apóstolo Paulo também faz perguntas: Que diremos diante destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Não nos dará Deus, de graça, todas as coisas? Quem nos fará acusação?Quem nos condenará? Quem nos separará do amor de Cristo? (Rm 8.31-39).
Por trás de cada uma dessas perguntas, há uma afirmação: de que Deus está ao redor e no interior da vida, provendo, cuidando, libertando, agindo soberanamente, sendo Deus! Em Jesus Ele nos deu a maior prova de amor de todas, não poupando seu próprio Filho. E, em outras palavras, o que Paulo está dizendo aqui é que nada do que diz respeito a este mundo e a esta vida pode eliminar ou nos privar dos efeitos deste ato de amor de Deus!
Embora a declaração de que somos mais que vencedores tenha se tornado um clichê usado pelos dois primeiros grupos, a) os do canto triunfalista, e b) os do canto de negação, ela está mais associada com os do terceiro grupo, c) da afirmação e aceitação jubilosa.
Será que Paulo está aqui negando que existem condenação ou separação? Ou que tribulação, fome, nudez, perigo, espada, perseguição, angústia e morte têm poder sobre nós? No meu entendimento, não! Porque, se esse é o canto de Cristo, é o canto daquele que venceu a morte, porque antes passou por ela; é o canto daquele que nos deu a esperança da ressurreição e da vitória, mas não rejeitou o caminho da cruz e do fracasso. Ou seja, nós podemos ou vamos passar, ou já temos passado por isso tudo (vide o v. 36, em que se diz: "Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro").
O que nos move ou motiva a continuar cantando ao passar, é que nenhuma delas tem poder suficiente para nos apartar do amor de Cristo! Nenhuma! Nada! Assim...
O cântico do amor é o que aumenta nossa fé e nos dá esperança!
Sempre acreditei, contra todas as falsas expectativas e os falsos sentimentos, que o AMOR é a mais sublime e necessária de todas as virtudes, marca da imagem de Deus em nós...
Não porque seja um sentimento, mas porque é e se traduz em ação! Ação que nunca julga se é justo ou injusto pagar, com a própria vida se preciso for, para que outros vivam. Por isso o amor é permeado pela dor e a incompreensão. Que razão, por mais inteligente que seja, consegue compreender o amor?
Jesus foi essa pessoa... Permeado de incompreensão, de dor, de amor – e por isso da maior alegria! A alegria que nada pode arrancar, pois não depende das circunstâncias. Por seu exemplo podemos hoje dizer, crer, esperançar: a morte não é o fim, é o começo! Nada pode nem poderá nos separar do seu amor!
Jonathan
9 comentários:
cristianismo = conformismo?
Aceitação jubilosa não é nem o mesmo que conformismo. Talvez seja algo, bem diferente, que esteja entre o que você chama de "conformismo", e a ética do "eu determino" e do "eu declaro", com tons claramente enebriantes.
Anônimo = idiota que tem medo de mostrar a cara.
O "eu determino" e o "eu declaro" são piadas.
No meu ponto de vista, aceitar uma situação (aqui me refiro a uma situação adversa), já é conformação. Sinônimos.
Aceitação jubilosa eu não sei nem como chamar. Masoquismo?
Esse dilema tem matelado a minha relação com Deus há muito tempo.. Não sei como resolvê-lo.
"martelado"
Masoquismo é ter prazer no sofrer, é encontrar o sentido da vida no sofrimento. Aceitação jubilosa é reconhecer que a vida, apesar de não ser sofrimento (como crêem os budistas), o inclui; de que o "sol nasce pra todos", e não só para os injusto, enquanto os filhos de Deus ficam à sombra; de que sofrer não é bom, e nem gostoso, mas faz parte da vida. E se viver inclui sofrer, porque não procurar aprender algo com isso? O sofrimento pode arrancar nossas raízes da existência ou mesmo nos afastar de Deus, bem como pode nos aprofundar no sentido de ser plenamente humanos, e mais dependentes de Deus. Depende de como nos dispomos a encará-lo. Não é só difícil pra você. Nos tornamos irmãos e irmãs mo sofrimento, embora lidando e compreendendo de modos tão diferentes.
Jonathan
E outra: nem toda aceitação precisa ser aceitação resignada (conformada). Ela pode ser também uma aceitação de um fato óbvio: não podemos explicar, controlar e nem entender tudo o que nos cerca, nem mesmo a Deus. Mas não é porque não conseguimos dar conta, que a existência não tenha um sentido. Eu creio que ela tem sentido; de que bondade e felicidade residem em Deus (C.S. Lewis; mas não creio que os cuidados da graça nos livram de todas as intempéries da vida, nem de que andar ao lado de Deus seja como viver dentro de um carro blindado. Não estou dizendo que você pensa assim, mas que muitos pensam assim.
Valeu pela ajuda Jonathan, li, vou reler e refletir.
Isso. Continuemos pensando, e transgredindo...
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