quarta-feira, 14 de julho de 2010

Vencendo a corrupção

É melhor arriscar-se a provocar um escândalo do que calar a verdade” (São Gregório, o Grande).

A corrupção é uma das moléstias radicadas que mais afetam a humanidade atualmente. É um mal histórico, inerente à atividade humana nesse mundo. Lamentavelmente, a corrupção está infiltrada nos diversos âmbitos da sociedade: privado, estatal, acadêmico, econômico, cultural, artístico e, para nossa vergonha, também no meio eclesiástico. Ora, se até mesmo a igreja– a qual deveria ser o agente, por vocação, da esperança crística para o mundo – se envolve em esquemas de corrupção, a tendência, com efeito, é que as pessoas a repudiem, e com ela também os valores mais fundamentais de sua pregação (mas nem sempre), a saber, a justiça, o amor, a fé e a esperança.

Vivemos num mundo que nos impulsiona a depositar nossas esperanças no aqui e agora. Assim, ter esperança significa “manter-se vivo em meio ao desespero”, parafraseando Henri Nouwen. Como Paulo, defendo que “se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a essa vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1Co. 15:19). Mas se, por hora, essa é a única vida que temos, como se desvencilhar de um quadro fatídico como o que vivenciamos?

Não há respostas nem soluções fáceis à erradicação desse mal, visto que ele é virulento e brota das mentes ambiciosas dos seres humanos. Está muito mais “dentro” de cada um do que “fora”, por assim dizer. De modo que a proposta bíblica para se vencer a corrupção parte sempre de uma premissa ontológica: diz respeito ao “ser” uma nova pessoa pela graça de Deus. Por essa graça, Deus abre um novo caminho, não para a divinização do eu, como supõem os universalistas, mas para a libertação do ego, isto é, desse “eu-centrismo” que gera os pecados da existência. Pela graça, o eu não é recusado, mas é liberto da escravidão dos impulsos adulterados que ele mesmo provoca.

No Antigo Testamento, no livro de Miquéias 6:8, está escrito: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o Senhor pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e Andes humildemente com o teu Deus”. A prática da justiça continua sendo o principal antídoto contra a corrupção generalizada da raça humana. Enquanto houver pessoas que não se acomodam, não se calam, mas acreditam e lutam por justiça, viva permanecerá a centelha de esperança Divina nesse mundo. De tal maneira que a esperança não mais será “a última que morre”, mas aquela que jamais morre.

Jonathan

4 comentários:

Anônimo disse...

Fala em negação do "eu-centrismo" e humildade ao mesmo tempo que expõe as "pérolas" dos alunos no twitter...

Jonathan Menezes disse...

Meu caro ou minha cara "Anônimo",
veja como são as coisas: você vê no fato de eu expor frases (e não alunos em específico, já que não cito nomes) um dilema ético, que supostamente me coloca contra o que defendo (representando, em sua visão, falta de humildade), mas nem sequer tem coragem de expor uma crítica de "cara-limpa". Pense bem: o que é pior? Se tem algo contra mim ou minhas idéias, que são públicas, exponha-se publicamente também, se desejar fazê-lo, ou não exponha. A covardia do anonimato não é um dilema ético menor do que expor frases que leio em trabalhos de teologia no twitter.
Jonathan

Robinson J. De Souza (Roberas) disse...

É Jon,

o pior é que esses anônimos vão dar 'tapinhas' em suas costas, seja nos corredores da FTSA, ou em encontros "fraternos" que temos por esse Brasil a fora.
Raça miserável esses que atiram as pedras e depois fazem cara de quem não viu nada.

abç

Roberas

Anônimo disse...

Eu já imaginava que a resposta viria no tom de "vc é um covarde que não tem coragem de mostrar a cara"
Pois bem, fiz isso, e torno a fazer, porque se eu me identificar passaremos a agressões pessoais, e não é esse o objetivo de um blog.. Deixo bem claro que não tenho nada contra o escritor e até pelo muito pouco que o conheço, tenho-o como boa pessoa.
Acho sim que a exposição das frases dos alunos tem tom de soberba. E pelo jeito você também deve achar, pois depois de atacar o anonimato, equiparou-o à exposição das frases.
Em meu comentário anterior eu quis simplesmente apontar a concretização do velho jargão "faça o que eu digo não faça o que eu faça". Se quer dar autoridade ao que escreve, paute seus atos no que diz em seus textos.
O cristianismo está cheio deste tipo de coisa ultimamente. Pastores e líderes que são craques em apontar o erro dos outros, mas por algum motivo não conseguem olhar para os seus próprios..
(Eu não conheço toda sua vida, baseio o que digo na parte pública dela, que é o que você publica na internet)

Caro Anônimo