Pense outra vez na fábrica de queijo. Imagine que aquele homem que se levantou solicitando mudanças, agora, depois de execrado da fábrica, vê-se na iminência de construir uma lista de normas em torno das quais aqueles que se juntaram a ele devem seguir, como contraposição à ordem anterior. Mas ele não se preocupa tanto em fundar uma tradição.
Quem toma a peito isso são seus seguidores que, além de montar outra fábrica de queijo (mantendo muitos dos moldes da anterior, afinal eles só conheciam aquela forma), onde agora fabricam “queijo light” e outros derivados mais “puros”, eles ainda estabelecem a chamada “confissão do Queijo”, que sistematizava um consenso sobre os valores ensinados por seu precursor, indo, porém, um pouco além do que ele havia proposto.
“E aqueles que permaneceram na fábrica?” – perguntaria um leitor mais curioso. Bem, esses agora se vêm na iminência de retomar uma caminhada, a fim de não perder mais gente para as “novas ondas do queijo”.
A estratégia utilizada pelo “senhor do queijo” e seus subalternos ilustres foi a de reforço das trincheiras da mussarela. Se a queixa original dos rebelados era contra a tradição que se formou, a tática de reação foi, portanto, a de reafirmação e reforço daqueles mesmos princípios anteriormente defendidos.
Se alguém disser que o seu queijo está muito consistente, taque então mais consistência no queijo, porque é melhor pecar por muita consistência do que perdê-la completamente...
Para quem não entendeu muito nem a história, muito menos o sentido nela proposto, não faz mal. só deixo uma dica final: dê uma olhada na história da igreja pós-reforma, e quem sabe alguma coisa desse conto nonsense possa fazer algum senso estrito.
Jonathan