
Mas há um texto belo e poético que sintetiza muito bem e poeticamente o ágape (do grego “caridade”, que se refere ao amor divino): 1 Coríntios 13.
A vida intelectual é cheia de armadilhas. Uma delas é a de nos jactarmos do conhecimento, nos orgulhar de quão virtuosos somos por cultivar tanto conhecimento, habilidade, títulos, premiações, eloqüência e proficiência. Vaidade de vaidades, esse mundo acadêmico também é cheio delas, nele há fogueiras delas.
Tudo isso é válido, tem a sua função, cumpre seu papel, mas é inútil se não for precedido pelo amor. A primeira parte do capítulo segue essa tônica: não importa o que digamos, acreditemos, ou façamos, estaremos falidos se nisso não tiver amor, se não for por amor.
Quando aquilo que somos e sabemos, nossas conquistas pessoais, bens, habilidades, recursos e inteligência são exercidos sem amor, isto é, sem o propósito de ter o outro em consideração antes de si mesmo, de não se ensoberbecer, sentir ou provocar ciúmes, não forçar nem abusar dos outros, muito menos se aproveitar das circunstâncias em favor próprio, e não confiar em Deus sempre, elas perdem seu sentido de ser. Isso, pois todas essas coisas têm pouca durabilidade, consumir-se-ão com o tempo e com o fim dele, enquanto o amor, esse nunca morre...
Como diria Paulo em outra oportunidade, “o conhecimento ensoberbece, mas o amor edifica”. O apóstolo não está aqui menosprezando o conhecimento em si, mas indicando a sua provável finalidade (a soberba) sem a presença do amor. O amor dá vida aquele que conhece, e, por conseguinte, ao conhecimento, que por sua vez gerará vida a quem dele na mutualidade partilhar.
O conhecimento um dia conhecerá seu limite. Mas ele pode servir a propósitos imprevisíveis, eternos e belos, se for hóspede freqüente da casa do amor...
Jonathan
Nenhum comentário:
Postar um comentário