segunda-feira, 6 de julho de 2009

Deletando aquilo que nos aprisiona...

"Mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante" (Filipenses 3.13)

Faço parte de uma comunidade no Orkut cujo nome é: “Sim! Eu deleto sem ler”. É uma comunidade para animais como eu, que apaga certos emails de cara, sem dó. Você também se incomoda em receber tantos emails, encaminhados, com anexo, com ppt, propagandas, lixos desinstrutivos, etc., diariamente? Pois é, bem-vindo(a) ao clube!

Fiquei pensando nesse ato de "deletar": seria tão bom se pudéssemos fazer isso com nossas memórias indesejáveis não é mesmo? Deletar sem ter que ler, lembrar, remoer, sofrer... se amargurar! Mas parece que o que acontece é o contrário, como diz a musica do Pato Fu: “As brigas que ganhei, nem um troféu com lembrança pra casa eu levei; as brigas que perdi, essas sim, eu nunca esqueci, eu nunca esqueci”.

Ela me lembra de duas instâncias: (a) a de quando lido mal com minhas perdas; (b) a de quando tendo a ressentir-me demais do passado. Reconhecer quando isso acontece, é reconhecer que estamos inacabados, no processo. Mas é também ter de reconhecer e aprender que não posso me contentar com esse estado. E que meu aprisionamento ao passado é uma das razões para meu estado de apatia.

Poderíamos chamar isso de “onipresença do passado”: culpas, falta de perdão, fracassos, arrependimentos, a morte de alguém querido, brigas... a lista é interminável. O que podemos fazer com ela? Resta-nos algo a fazer, além de lamentar, chorar, remoer, ficando presos a tais coisas?

Paulo nos convida nesse versículo a “esquecer o que fica para trás”. Será fácil isso? O que isso significa? O quanto de esforço isso demanda? O quanto de paciência isso demanda? O verbo usado em grego é “epilanthanomai”, que significa “perder de mente”, “negligenciar”. O ponto aqui, portanto, é deixar para trás, não permitir-se ser dominado por essas coisas, embora não se possa apagar as lembranças.

Após algumas poucas experiências com isso, cheguei a uma consideração parcial: “esquecer” não significa “deletar de cara”, mas estar disposto a isso, e entregar a quem efetivamente detém tanto querer quanto o realizar: Deus. Sem querer ensinar como nem quando Deus tem que fazer. Ele sabe... Não subestimemos o poder que Deus tem de suavemente nos livrar de nossos fardos. Se não damos conta de esquecer ou "deletar", entreguemos a Ele, e o mais, creia, Ele, oportunamente, fará!

Jonathan

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