Minha aptidão para ouvir está estritamente associada com meu movimento em direção à honestidade com Deus. Deixo essa singela oração, como expressão de um coração grato, porém cônscio de suas armadilhas; feliz, porém desejoso de uma vida que vá além da superficialidade que grassa nos quadros da religiosidade de nosso tempo, pia, ritualística, moral, mas sem vida, sem conexão, sem liberdade. É assim:
Pai de amor, perdoa-me por tantas vezes privilegiar pedidos, desejos e o teu poder apenas para realizá-los, de um modo distante do teu querer; por todas as vezes que te tratei como amuleto, como um gênio da lâmpada, utilitariamente.
O Senhor me chama para um relacionamento de amor, enquanto eu, tantas vezes, estou somente preocupado comigo mesmo, com o que amanhã vou comer, vestir, onde vou trabalhar, quanto vou ganhar... assim me esqueço, Paizinho, que um relacionamento vivo contigo pressupõe a confiança básica no teu cuidado pleno nessas e em todas as demais coisas dessa minha efêmera existência.
O Senhor quer de mim uma só coisa: um coração prioritariamente devotado ao teu reino e à tua justiça, ao passo que constantemente me tenho visto dividido entre dois ou mais senhores; queres singularidade, mais eu insisto em viver na duplicidade. Dá-me hoje, Senhor, um espírito manso, humilde e tão dependente de ti qual um bebê, necesitado do seio de sua mãe. Dá-me a sensibilidade suficiente para enxergar quando vier o bem. E que nos dias maus, que certamente virão, não deixe eu de dar fruto, pelo teu Espírito e pelo poder da tua graça, que me é suficiente. "Porque quando sou fraco, então é que sou forte".
Jonathan