Vida nova? Bem, a vida segue, e ela não se renova apenas com votos e nem com a passagem de ano – que pode ser vista como simples mudança no calendário – porém, se renova à medida que a mente e o espírito se renovam. E como se renovam? Se, e somente se, compreendemos que “viver em novidade de vida” conforme o Evangelho é uma proposta muito mais abrangente e não cabe na agenda triunfalista dos fins de ano e nem pode ser comercializada. Paulo, o apóstolo, diz: “Assim também andemos nós em novidade de vida”.
2.
O primeiro passo para isso já foi dado por Cristo na cruz, sepultando consigo nosso estado de condenação e culpa pela escravidão do pecado; o segundo quem dá somos nós, na energia e força do Espírito, quando sepultamos aquele velho ser imerso em pecado e ressuscitamos para uma nova vida em Cristo.
3.
Vida que se revigora na renovação diária de nosso compromisso com Ele, na dependência de seu Espírito. Nossos planos, votos, felicitações triunfais de nada servem se estiverem fora desse propósito. Nada de “novo”, se essa novidade não partir de dentro pra fora, na metanóia diária que deve se impor como confrontação aos paradigmas desse século: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2). Em outras palavras, não se trata de uma vontade que se revela magicamente, mas pela vivência e ação: renova-ação, inconforma-ação e obediência aos valores revelados no Evangelho. E nisso não tem nada de “Abracadabra”.
4.
Novo ano, vida nova? Nem sempre. Nada pode ser feito novo se não for entregue em “mãos maiores”, aquelas que possuem a primeira e a última palavra: “Haja luz” e “Eis que faço novas todas as coisas”. Portanto, para esse ano que já nasceu, prefiro fazer um voto-oração mais bíblico e realista: que a graça nos conduza para uma vida nova em Deus, conforme Deus e para Deus!
Grande beijo e feliz 2009!
Jonathan
(Foto: Rio Sena, Paris)