Como vivenciar uma sem ter de sacrificar a outra? Como se ter uma sem o prejuízo da outra? O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, um dos autores que mais tenho lido nessas férias, demonstra essa preocupação em seu livro "Comunidade: a busca por segurança no mundo atual" (2000). Ali ele afirma que liberdade e segurança, ambas igualmente urgentes e indispensáveis, são diíceis de se conciliar sem atrito. Assim, concebe-se o curso da história como "pêndular". Facilmente se vai do pêndulo entre uma liberdade sem segurança ou o de uma segurança sem liberdade.
2.
Destaco a seguintes palavras de Bauman:
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Destaco a seguintes palavras de Bauman:
3."A promoção da segurança sempre requer o sacrifício da liberdade, enquanto esta só pode ser ampliada à custa da segurança. mas segurança sem liberdade equivale a escravidão...; e a liberdade sem segurança equivale a estar perdido e abandonado (...). Essa circunstância provoca nos filósofos uma dor de cabeça sem cura conhecida. Ela também torna a vida em comum um conflito sem fim, pois a segurança sacrificada em nome da liberdade tende a ser a segurança dos outros; e a liberdade sacrificada em nome da segurança dos outros; e a liberdade sacrificada em nome da segurança tende ser a liberdade dos outros".
Uma resposta de matriz cristã, encontraria sua resolução nessas últimas sentenças de Bauman: Ambas, liberdade e segurança, são "sacrificáveis" pelos outros. Se a escolha pela liberdade resulta em sacrifício da segurança (dos outros), logo, o cristão sacrifica a sua "liberdade pessoal" em nome dessa vida pelo outro - que, em si, nos remete ao verdadeiro significado da liberdade do tipo cristã. Se minha segurança fere a liberdade dos outros, ou o inverso, sacrificarei minha segurança para que o outro seja mais livre. Parece que a visão cristã sempre conduz a uma auto-sacrificação do eu em nome dos outros.
Ainda quero continuar nesse assunto...
Jonathan
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