“Digo isto não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação” (Filipenses 4.11).
Como vai dizer C. S. Lewis: “O que me agrada na experiência é a sinceridade que nela percebo. Você pode tomar quantos desvios quiser; mas basta manter os olhos bem abertos, que logo verá a placa de alerta. Talvez você se tenha enganado, mas a experiência não tenta enganar ninguém. O universo se mostra fiel sempre que você o testa com justiça” (Surpreendido pela alegria, p. 182). O problema é que nem sempre estamos de olhos abertos, seja por insensibilidade, opção ou por pura preguiça de abrir os olhos. A pior enganação é aquela em que a gente finge que está sendo enganado enquanto um universo de coisas acontece em nosso entorno.
Talvez pudesse aqui falar de alegria começando pelo que ela não é – falo de uma alegria mais profunda: a alegria cristica (de Cristo). Fujo propositalmente do termo “cristã”.
1. Alegria não é empolgação. Empolgação é um subproduto da alegria. Acontece quando nosso desejo e atenção estão focados em alguma coisa (tipo, paquerar uma garota e perceber que há correspondência). Mas, de um jeito ou de outro, a empolgação vai embora; e, se alegria fosse empolgação, o que restaria?
2. Alegria não é prazer emocional ou estético. Embora, é claro, os inclua. O aguilhão do prazer é a satisfação. Enquanto há satisfação, o prazer está garantido. Mas se não há satisfação, não há prazer. E se alegria só se resume a prazer, com que rapidez não se perderia?
3. Alegria não é otimismo ingênuo. O otimista é aquele que age pautado na crença de que o amanhã sempre será melhor que o hoje. Mas, e se não for melhor? Bem, se não for, e a alegria for apenas otimismo, então, ela não escoaria outra vez pelo ralo?
4. Alegria não é ausência de tristeza. Tomo emprestada de Henri Nouwen essa expressão. Ora, se tristeza óbvia da condição humana é apenas produto de tristeza e só produz mais tristeza, então estamos fadados a ser um bando de melancólicos desconsolados. Prefiro pensar, porque assim permite meu olhar para a realidade e para as Escrituras, que alegrias e tristezas se misturam nessa dança da vida, de modo que só há sentido para uma na presença da outra. Só experimentamos a profundidade do que é a alegria de Cristo, quando nos deparamos com a tristeza, bem como só sabemos que a tristeza é tristeza porque um dia tivemos um relance, pelo menos, do que seja a alegria. Logo, elas deixam de ser pólos que se repelem e assumem o lugar de irmãs de jornada.
A alegria é um aprendizado. Essa é a deixa de Paulo. “Aprendi a viver contente”, ele diz. E em toda e qualquer situação, inclusive de tristeza mais profunda. Os caminhos do aprendizado são sempre mais difíceis. Ensinam-nos que na vida transitamos por diferentes situações, de tristeza e alegria, pranto e riso, fracasso e vitória, perda e ganho, e nem sempre de forma sucessiva, mas também simultânea.
E a alegria de Cristo, cf. Paulo, não é um produto de fórmulas instantâneas – tal como: “pense positivo, e tudo dará certo”. Pelo contrário, ela nasce da compreensão de que tudo podemos suportar amparados na força que Deus supre – “tudo posso naquele que me fortalece”. É possível que até não estejamos lá muito contentes com a circunstância vivenciada, que pode ser a de um desejo não realizado, uma perda, frustração, fracasso, depressão, etc. Contudo, podemos esperar e nos alegrar em Deus, que nos acompanha e nos ajuda a passar pelo processo, de todas essas situações e muitas outras quem sabe, sem perder a alegria Nele, uma alegria mais profunda e enraizada, que transcende o mero sorriso; isto, pois é fruto da esperança que brota do coração, que até pode se encharcar com um riso, mas se aformoseia mesmo e é semeado com as lágrimas.
Como diz o autor de Eclesiastes: "Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração" (Ec 7.3).
Ao, mais uma vez, falar sobre alegria, quero aqui continuar fazendo um exercício de honestidade. Perguntas honestas requerem respostas honestas, diria Francis Schaeffer. Mas em que isso implica? Implica em não esconder, mas ajudar a escancarar o que a vida real já torna evidente. Aliás, quanto mais experiência se acumula no caminhar, mais dever-se-ia ser assaltado de honestidade e realismo – bem, tudo é uma questão de perspectiva. Há quem diga que escolher ficar alheio à dureza da realidade sempre faz muito mais bem à “saúde” que enfrentá-la. Eu discordo. Por mais que me traga “infelicidade”, prefiro a realidade.
Como vai dizer C. S. Lewis: “O que me agrada na experiência é a sinceridade que nela percebo. Você pode tomar quantos desvios quiser; mas basta manter os olhos bem abertos, que logo verá a placa de alerta. Talvez você se tenha enganado, mas a experiência não tenta enganar ninguém. O universo se mostra fiel sempre que você o testa com justiça” (Surpreendido pela alegria, p. 182). O problema é que nem sempre estamos de olhos abertos, seja por insensibilidade, opção ou por pura preguiça de abrir os olhos. A pior enganação é aquela em que a gente finge que está sendo enganado enquanto um universo de coisas acontece em nosso entorno.
Talvez pudesse aqui falar de alegria começando pelo que ela não é – falo de uma alegria mais profunda: a alegria cristica (de Cristo). Fujo propositalmente do termo “cristã”.
1. Alegria não é empolgação. Empolgação é um subproduto da alegria. Acontece quando nosso desejo e atenção estão focados em alguma coisa (tipo, paquerar uma garota e perceber que há correspondência). Mas, de um jeito ou de outro, a empolgação vai embora; e, se alegria fosse empolgação, o que restaria?
2. Alegria não é prazer emocional ou estético. Embora, é claro, os inclua. O aguilhão do prazer é a satisfação. Enquanto há satisfação, o prazer está garantido. Mas se não há satisfação, não há prazer. E se alegria só se resume a prazer, com que rapidez não se perderia?
3. Alegria não é otimismo ingênuo. O otimista é aquele que age pautado na crença de que o amanhã sempre será melhor que o hoje. Mas, e se não for melhor? Bem, se não for, e a alegria for apenas otimismo, então, ela não escoaria outra vez pelo ralo?
4. Alegria não é ausência de tristeza. Tomo emprestada de Henri Nouwen essa expressão. Ora, se tristeza óbvia da condição humana é apenas produto de tristeza e só produz mais tristeza, então estamos fadados a ser um bando de melancólicos desconsolados. Prefiro pensar, porque assim permite meu olhar para a realidade e para as Escrituras, que alegrias e tristezas se misturam nessa dança da vida, de modo que só há sentido para uma na presença da outra. Só experimentamos a profundidade do que é a alegria de Cristo, quando nos deparamos com a tristeza, bem como só sabemos que a tristeza é tristeza porque um dia tivemos um relance, pelo menos, do que seja a alegria. Logo, elas deixam de ser pólos que se repelem e assumem o lugar de irmãs de jornada.
A alegria é um aprendizado. Essa é a deixa de Paulo. “Aprendi a viver contente”, ele diz. E em toda e qualquer situação, inclusive de tristeza mais profunda. Os caminhos do aprendizado são sempre mais difíceis. Ensinam-nos que na vida transitamos por diferentes situações, de tristeza e alegria, pranto e riso, fracasso e vitória, perda e ganho, e nem sempre de forma sucessiva, mas também simultânea.
E a alegria de Cristo, cf. Paulo, não é um produto de fórmulas instantâneas – tal como: “pense positivo, e tudo dará certo”. Pelo contrário, ela nasce da compreensão de que tudo podemos suportar amparados na força que Deus supre – “tudo posso naquele que me fortalece”. É possível que até não estejamos lá muito contentes com a circunstância vivenciada, que pode ser a de um desejo não realizado, uma perda, frustração, fracasso, depressão, etc. Contudo, podemos esperar e nos alegrar em Deus, que nos acompanha e nos ajuda a passar pelo processo, de todas essas situações e muitas outras quem sabe, sem perder a alegria Nele, uma alegria mais profunda e enraizada, que transcende o mero sorriso; isto, pois é fruto da esperança que brota do coração, que até pode se encharcar com um riso, mas se aformoseia mesmo e é semeado com as lágrimas.
Como diz o autor de Eclesiastes: "Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração" (Ec 7.3).
Jonathan
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