Hoje é meu aniversário: 27 anos intensos de Graça. Mais do que nunca, quero cultivar esse olhar: pra vida com gratuidade e gratidão; para as pessoas com amor, compaixão e ternura, assim como Jesus. Essa meditação escrevi há uns anos atrás. Ainda reverbera em meu coração de modo especial. Espero que também o faça no de vocês.
Alguém um dia inventou, e tantos outros seguiram reproduzindo, o dito que afirma ser os olhos o “espelho da alma”. Isto é, segundo tal dizer, os olhos refletem a “pessoa” que há por dentro de nós, e o olhar é a exterioridade do que acontece internamente. Acredita-se que com um simples olhar, é possível expressar sensações e percepções em relação ao mundo que está a nossa volta; expor o “estado” mais profundo de nossas almas, e, mais incisivamente, exibir a realidade “oculta” de nosso ser. Assim, a visão manifesta-se como o grau conseguinte do olhar. Ela pode ser tanto a “graça” como a “des-graça” do olhar (do indivíduo que vê), posto que ela é o canal manipulador das “imagens-mensagens” que procedem “de fora”, bem como das “percepções-respostas” que vêm “de dentro”.
A maneira como direcionamos nossos olhares para as pessoas e as “coisas”, determinam as formas com as quais nos relacionamos com as mesmas. Entretanto, Paulo diz que tudo o que “hoje” vemos, é visto em parte. Nossa visão é “caolha”, unilateral, tendenciosa. Deus é quem realmente “vê”; e nós, quase enxergamos. Tudo o que ele vê com nitidez, para nós não passa de imagem distorcida. Por quê? Ora porque Deus é singular e primoroso. E para nós, permita-me ser redundante, ainda não veio a plenitude do que é perfeito. “Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido” (1Co. 13:12).
Jesus Cristo foi o homem de toda graça, pois podia olhar muito além das meras aparências de cada pessoa que cruzasse seu caminho, e vê-la como ela realmente era vista, isto é, como ser criado, em amor, à imagem e semelhança de Deus. É como uma viagem para dentro do outro, buscando extrair e valorizar o que nele há de melhor. Jesus conseguia fazer isto com maestria, como que destituído dos vícios e patologias que assolam o coração humano, expressando uma sintonia com a misericórdia, com o amor e a graça do Pai, que encharcava sua alma, estendendo-se pelos seus átrios, moldando seus atos e caráter segundo o coração do Pai.
E a nós, o que nos resta? De tudo, o que permanece, posto que nossos olhares refletem feições e juízos incompletos acerca do que foi criado, e que nada podemos designar além do que, pelo criador, assim creio, já fora designado desde a eternidade? Resta-nos o desafio de sermos “imitadores de Cristo”, cooperando com ele na realização do Reino, moldando nosso olhar apaixonado e, ao mesmo tempo, injusto, bem-intencionado e parcial, ao seu olhar da terna Graça Divina. Permanecem, como diz Paulo, a fé, a esperança e o amor. A “Fé” expressando nosso alicerce, a “Esperança” nosso alvo, e o “Amor” nosso lema relacional de vida; todos apontando para a consumação da história, em Cristo Jesus.
Jonathan
2 comentários:
Incrível revelação!
Vejam no link abaixo um clip do Jon quando tinha apenas 11 anos.
Que lindo!
www.youtube.com/watch?v=c9lWdYuQNcM
Muito legal o texto... bjs
p.s> carlos xavier zuo vc com esse link... hahahah
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