Por que eu escrevo? Por que desejo relatar minhas percepções, pensamentos e resultados de pesquisa? Afinal, qual é a função disso?
Minha resposta mais imediata à questão poderia ser: escrevo porque o ato de escrever me ajuda a articular meus pensamentos de forma que não vagueiem tanto ao ponto de se dispersar ou até se perder. Em outras palavras, quanto mais escrevo, melhor eu penso, e mais bem articulo meu discurso, minha própria maneira de falar.
Quando comecei voluntariamente a escrever meus primeiros textos, não tinha essa noção. Era apenas uma forma de compartilhar as leituras das leituras que eu fazia. Tratava-se, em primeira instância, mais de reprodução que de criação.
E não é assim que boa parte dos escritores começa, como uma criança aprendendo a andar, engatinhando, dando os primeiros passos, precisando do auxílio ou suporte daqueles que já sabem andar para poder deslanchar? Ou seja, não acontece de uma hora para outra. Na escrita, como em qualquer outra “arte de fazer” (Michel de Certeau) vale a máxima de que é a prática que conduz à perfeição.
Hoje percebo que estou longe da perfeição, mas não tão longe se comparado a quando comecei a dar os primeiros passos. Então, ninguém pode se declarar péssimo escritor ou incapaz sem antes ter tentado, sem ter dado os primeiros passos.
Para quem eu escrevo? Em primeiro lugar, como já deve ter ficado evidente, para mim mesmo, como forma de terapia, aprendizado, de externar idéias que fervilham e sentimentos que transcorrem – ainda que sentimentos sejam perigosos (é preciso deixar o texto “de molho” quando se escreve tomado por eles) e a idéias, mutáveis. Em segundo lugar, escrevo para alguém, para o outro, para gerar algum tipo de impacto, por menor que seja, e nem que seja de repulsa (o que é bem possível) em alguém – mas é óbvio que a intenção é fomentar o bem e a boa transgressão em outras pessoas. Escrevo porque quero gerar a fome de pensar!
(Continua...)
Jonathan
Nossa, já me fiz e já me fizeram essa pergunta tantas vezes!
ResponderExcluirDe fato, começamos reproduzindo leituras e pensamentos de outros, mas com o tempo, a escrita nos proporciona mais concentração, mais estruturação de nossos próprios pensamentos e as letras acabam por imortalizá-los.
Abraço.