terça-feira, 17 de novembro de 2009

Não é proibido pensar (II)

(Rótulo 2) “Ciência e fé não se misturam, pois são incompatíveis”.

Isso é outro rótulo que, por vezes, aparece e reaparece na história, e que foi potencializado pela modernidade em seu endeusamento da razão humana e da ciência. C. S. Lewis em “A Abolição do homem”, afirma que muitos “cientistas” aceitaram a oferta do bruxo: “Entregue sua alma e em troca ganhe poder”.

O cientista crê na ciência porque ela lhe oferece provas do que ele afirma. A contradição, portanto, é que essa ciência exige certa dose de “fé”. O cristão crê sem a necessidade de provas objetivas; tem certeza em meio a incertezas, e isso faz sentido, não é irracional.

No final do mencionado livro, Lewis diz: “Se você enxergar o que está por trás de todas as coisas sem exceção, então tudo se tornará transparente para você. Mas um mundo completamente transparente é um mundo invisível. Ver o que está por trás de todas as coisas é o mesmo que ver nada” (C. S. Lewis. A abolição do homem, p. 77).

Uma perspectiva racional de fé no mundo pós-moderno é aquela que reconhece que a realidade não é transparente. Em 1Co 13.12 se diz: “Apenas conhecemos uma porção da verdade, e o que dizemos sobre Deus é sempre incompleto. Mas quando o Completo chegar, nossas incompletudes serão canceladas”.

A incompatibilidade entre fé e razão existe quando: (a) se abandona uma resposta que integra e faz interagir diferentes perspectivas da vida, e (b) perdemos de vista que a supremacia vislumbrada pela fé não é a da evidência lógica, mas é a da evidência da graça.

Jonathan

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Jonathan,

seu blog está muito agradável de se ler. Continue assim,

um abraço saudoso!!