segunda-feira, 25 de maio de 2015

Tempus Fugit: Tudo é fumaça!

SmokeHoje... O “hoje” foge, escapa na esteira do imediato. Esse hoje me remete a tantas coisas que foram e ainda são, que deveriam ser, mas não são, que persistem enquanto deveriam estar mortas a essa altura. Alguns exemplos óbvios: hoje não estamos interessados mais em debate, mas em mandar recado; não desejamos mais nos aprofundar nos pensamentos, mas em consumi-los quase que antropofagicamente; não mais apreciamos criticamente o olhar do outro, mas o reduzimos a um "gostei" ou "não gostei"; não produzimos textos, mas opiniões do tipo "love it" ou "hate it" - e o "lover" de hoje pode muito bem se transformar no "hater" de daqui a pouco, afinal, não é tanto uma questão de conteúdo, mas de semântica, não tanto de caráter, mas de aparência. Chegamos ao ponto de jogar fora o carinho e respeito pela pessoa em função de sua forma de pensar.

Não falamos francamente, mandamos uns "torpedos"; emulamos amizades com milhares pelas redes, enquanto nas teias de nosso inominável “ser interior” permanecemos profundamente sozinhos; hesitamos em deixar as claras as regras do jogo nas relações pessoais e institucionais, preferimos comentar nos bastidores (falar “por trás” mesmo) como fulano "é errado", como "está fora do prumo", como está longe da "nossa visão". É, minha gente, se pensarmos bem, mas bem mesmo, nos acharemos no mesmo poço escuro e fundo que o sábio de Eclesiastes se viu há milhares de anos e, com ele, honestamente e tragicamente poderemos concluir: "vaidade de vaidades, tudo é vaidade e correr atrás do vento". O ato mais heroico e mais humano que alguém pode fazer por si mesmo hoje é lutar para manter sua integridade enquanto os “demônios do hoje” lutam, nos muitos balcões da vida, para vender a sua alma – com ou sem a sua anuência. Tempus fugit... viver (e deixar viver) é preciso!

Jonathan

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