Terceira pergunta: como a comunidade pode melhorar minha espiritualidade?
1. A comunidade me aproxima do sentido mais profundo de quem eu sou e de quem Deus é.
A comunidade me “engravida de Deus”, de muitas formas: quando adoramos, servimos, escutamos a Palavra, debatemos, ensinamos e somos ensinados, consolamos e somos consolados, confrontamos e somos confrontados, quando carregamos os fardos uns dos outros e quando nos corrigimos mutuamente em amor.
A comunidade me aproxima mais da vontade do Senhor: quando lemos, interpretamos e partilhamos a Palavra e construímos uma hermenêutica comunitária (e como precisamos mais disso, especialmente num contexto autoritário e centrado na palavra de “um” em detrimento da “visão de muitos”).
A comunidade me faz mais humano, pela proximidade com os outros, seus pecados e virtudes e com as minhas próprias. É comunidade de santos-pecadores. E chega um tempo, como diz Peterson, em que é “mais difícil aturar os santos do que os pecadores”. E tem horas que a gente acaba preferindo a companhia de gente de fora da comunidade, que parece ser tão menos complicada. Só que logo a gente sente falta, e percebe que as nossas preferências não necessariamente condizem com as de Cristo.
A comunhão precisa viver as decepções óbvias da convivência, para que ela cresça como uma comunhão entre seres humanos pecadores, mas salvos pela Graça, e não entre anjos ou semideuses.
2. A comunidade melhora minha espiritualidade à medida que oportuniza a mútua correção.
Quem tenta viver sua fé fora da comunidade, pode até sofrer menos, mas também progride menos. Fora da comunidade, somos como que senhores de nosso próprio destino, mas não temos com quem contar no momento em que precisamos que a nossa rota seja corrigida. Tendemos a estagnar.
No tocante ao amor fraternal, Paulo se dirige a comunidade de Tessalônica, dizendo: “Não há necessidade de falar muito, pois vocês já foram bem instruídos quanto a se amar mutuamente; mais do que isso, vocês já estão vivendo isso intensamente, entre os irmãos e irmãs da comunidade. Mas, auto lá! Continuem progredindo; corram como se ainda nada tivessem alcançado. Não tomem esses momentos de fraternidade e mutualidade que há entre vocês como motivo para se orgulharem de si mesmos” (1Ts 4.9-10).
Isso deve nos levar a entender a comunhão de amor como um compromisso progressivo, inacabado e em permanente construção, que se dá em e não fora da comunidade.
Neste sentido, é tarefa de todos, pastores ou leigos, homens e mulheres, encontrar “mentores espirituais” na comunidade. Alguém com que você possa partilhar suas dores e alegrias, que possa te ajudar a recuperar a visão quando ela se perde por alguma razão, que possa te abraçar e se compadecer contigo em meio a um grande sofrimento, mas que também seja capaz de apontar seus pecados quando você não mais os enxerga ou reconhece e convidar ao arrependimento.
Este encontro passa pelo reconhecimento de que, por mais ou menos que saibamos, todos carecemos de “guias” espirituais, gente que nos ajude a atravessar o caminho. Nesse sentido, o mentor precisa ser um mestre na acepção da Palavra, que, a exemplo de Cristo, sabe ouvir, dar lugar à partilha, à fala do outro – mesmo que essa fala seja de lamúria confusa – acolher, ser solidário e simplesmente estar ao lado do outro. O mestre não é somente mestre por sua postura austera de quem ministra ou faz um monólogo, mas, sobretudo, por sua presença, que pode ser silenciosa, que muitas vezes faz mais perguntas do que se preocupa em responder logo e despedir “em paz” (e com a consciência tranqüilizada) o discípulo, sua cobaia passiva.
Assim, um mentor é quem pode me ajudar a me conhecer melhor na comunidade, é quem, nas palavras de James Houston, me ajuda a “desmascarar certos traços de auto-ilusão e a sondar meu interior mais profundamente do que eu talvez estivesse disposto a fazer voluntariamente” (James Houston. “Mentoria espiritual”, p. 141).
A comunidade me “engravida de Deus”, de muitas formas: quando adoramos, servimos, escutamos a Palavra, debatemos, ensinamos e somos ensinados, consolamos e somos consolados, confrontamos e somos confrontados, quando carregamos os fardos uns dos outros e quando nos corrigimos mutuamente em amor.
A comunidade me aproxima mais da vontade do Senhor: quando lemos, interpretamos e partilhamos a Palavra e construímos uma hermenêutica comunitária (e como precisamos mais disso, especialmente num contexto autoritário e centrado na palavra de “um” em detrimento da “visão de muitos”).
A comunidade me faz mais humano, pela proximidade com os outros, seus pecados e virtudes e com as minhas próprias. É comunidade de santos-pecadores. E chega um tempo, como diz Peterson, em que é “mais difícil aturar os santos do que os pecadores”. E tem horas que a gente acaba preferindo a companhia de gente de fora da comunidade, que parece ser tão menos complicada. Só que logo a gente sente falta, e percebe que as nossas preferências não necessariamente condizem com as de Cristo.
A comunhão precisa viver as decepções óbvias da convivência, para que ela cresça como uma comunhão entre seres humanos pecadores, mas salvos pela Graça, e não entre anjos ou semideuses.
2. A comunidade melhora minha espiritualidade à medida que oportuniza a mútua correção.
Quem tenta viver sua fé fora da comunidade, pode até sofrer menos, mas também progride menos. Fora da comunidade, somos como que senhores de nosso próprio destino, mas não temos com quem contar no momento em que precisamos que a nossa rota seja corrigida. Tendemos a estagnar.
No tocante ao amor fraternal, Paulo se dirige a comunidade de Tessalônica, dizendo: “Não há necessidade de falar muito, pois vocês já foram bem instruídos quanto a se amar mutuamente; mais do que isso, vocês já estão vivendo isso intensamente, entre os irmãos e irmãs da comunidade. Mas, auto lá! Continuem progredindo; corram como se ainda nada tivessem alcançado. Não tomem esses momentos de fraternidade e mutualidade que há entre vocês como motivo para se orgulharem de si mesmos” (1Ts 4.9-10).
Isso deve nos levar a entender a comunhão de amor como um compromisso progressivo, inacabado e em permanente construção, que se dá em e não fora da comunidade.
Neste sentido, é tarefa de todos, pastores ou leigos, homens e mulheres, encontrar “mentores espirituais” na comunidade. Alguém com que você possa partilhar suas dores e alegrias, que possa te ajudar a recuperar a visão quando ela se perde por alguma razão, que possa te abraçar e se compadecer contigo em meio a um grande sofrimento, mas que também seja capaz de apontar seus pecados quando você não mais os enxerga ou reconhece e convidar ao arrependimento.
Este encontro passa pelo reconhecimento de que, por mais ou menos que saibamos, todos carecemos de “guias” espirituais, gente que nos ajude a atravessar o caminho. Nesse sentido, o mentor precisa ser um mestre na acepção da Palavra, que, a exemplo de Cristo, sabe ouvir, dar lugar à partilha, à fala do outro – mesmo que essa fala seja de lamúria confusa – acolher, ser solidário e simplesmente estar ao lado do outro. O mestre não é somente mestre por sua postura austera de quem ministra ou faz um monólogo, mas, sobretudo, por sua presença, que pode ser silenciosa, que muitas vezes faz mais perguntas do que se preocupa em responder logo e despedir “em paz” (e com a consciência tranqüilizada) o discípulo, sua cobaia passiva.
Assim, um mentor é quem pode me ajudar a me conhecer melhor na comunidade, é quem, nas palavras de James Houston, me ajuda a “desmascarar certos traços de auto-ilusão e a sondar meu interior mais profundamente do que eu talvez estivesse disposto a fazer voluntariamente” (James Houston. “Mentoria espiritual”, p. 141).
Jonathan
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