What do you got if you ain't got love?
Há mais de dois mil anos atrás, um tal de Paulo escreveu uma poesia sobre o amor e desde então essa poesia tem inspirado milhares de outras poesias sobre isso. A música “What do you got”, de Bon Jovi, que me inspirou a escrever esse post, segue esse curso. A razão para tal sucesso parece óbvia: a poesia de Paulo não fala de qualquer amor (como o que diz: “amo correr” ou “amo meu carro”), nem tampouco de nossos amores-necessidade (C. S. Lewis) tipicamente humanos; ele fala sobre ágape, o amor divino, e pontua características próprias e vivas desse amor.
Apesar de ser poético, o texto de Paulo é direto, vai à veia do que o amor é na prática; consegue construir uma bela visão, sem deixar de ser realista, admitindo que, embora o amor seja tudo, fora de Deus não é possível vivê-lo em seu mais sublime sentido, e, mesmo que busquemos esse “vínculo da perfeição”, como diz João, ainda assim, continuaremos vendo “um reflexo obscuro, como em espelho”. Ou seja, perseguir o amor verdadeiro é uma vocação interminável, humanamente falando. Podemos encontrar relances do ágape, mas só seremos plenos nele quando Deus for tudo em todos. Até lá...
Bem, até lá, só sei de uma coisa: eu preciso tentar viver esse negócio como sendo o sentido maior de minha existência, como se o ar que eu preciso para respirar me faltasse caso eu... não tivesse amor! Embora ele não me falte, é como se faltasse. Por exemplo: eu não perco meu emprego porque eu não amo, mas é como se perdesse; meu casamento não necessariamente termina se não tiver amor, mas, assim sendo, na prática ele já terminou há muito tempo; minha conta bancária não terá maiores nem menores dividendos porque eu amo, mas existencialmente, sem amor, me sentirei como o mais pobre entre os homens; eu posso falar de amor sem ter amor; posso saber muito sobre Deus, sem tê-lo ao menos experimentado em amor algum dia. E o que eu tenho? O que me resta? Sem amor, nada, só o vazio!
Sei lá, parece que Paulo estava muito certo quando escreveu 1Coríntios 13, você não acha? Quer dizer, essa parada de amar é séria. Amar ou não amar parece não ser uma questão, assim como viver ou não fora d’água não é uma questão para o peixe. Quando nos conscientizamos mesmo disso – e talvez levemos muito tempo ou pouco tempo, tenhamos de apanhar muito ou pouco da vida, pra aprender isso – então, falar de amor se torna algo “fora de moda”; afinal, não é preciso falar muito quando se vive, concorda?
Como observou Zygmunt Bauman: “O amor não se reconhece nas palavras”. Ou ainda, como assertivamente disse Jonathan Rutherford: “O amor oscila na beira do desconhecido além do qual fica quase impossível falar. Ele nos leva para além das palavras. Quando pressionados a falar sobre o amor, procuramos atrapalhadamente pelas palavras, mas as palavras curvam-se, dobram-se, desaparecem”.
É meio que um incômodo esse negócio, e não poderia ser diferente: falar de amor é muito estranho! Até porque, eu não sei se conseguirei colocar isso em prática tanto quanto agora me sinto constrangido e motivado a falar a respeito. Mas acho que aí está a graça da coisa, não? Não saber nos tira do controle, uma vez que o amor não tem nada a ver com controle, tem a ver com vulnerabilidade e incerteza. Amar, diria Bauman, significa estar e permanecer num estado de permanente incerteza. Então, é bom falar de vez em quando. Só que melhor, bem melhor, é viver...
Bem, até lá, só sei de uma coisa: eu preciso tentar viver esse negócio como sendo o sentido maior de minha existência, como se o ar que eu preciso para respirar me faltasse caso eu... não tivesse amor! Embora ele não me falte, é como se faltasse. Por exemplo: eu não perco meu emprego porque eu não amo, mas é como se perdesse; meu casamento não necessariamente termina se não tiver amor, mas, assim sendo, na prática ele já terminou há muito tempo; minha conta bancária não terá maiores nem menores dividendos porque eu amo, mas existencialmente, sem amor, me sentirei como o mais pobre entre os homens; eu posso falar de amor sem ter amor; posso saber muito sobre Deus, sem tê-lo ao menos experimentado em amor algum dia. E o que eu tenho? O que me resta? Sem amor, nada, só o vazio!
Sei lá, parece que Paulo estava muito certo quando escreveu 1Coríntios 13, você não acha? Quer dizer, essa parada de amar é séria. Amar ou não amar parece não ser uma questão, assim como viver ou não fora d’água não é uma questão para o peixe. Quando nos conscientizamos mesmo disso – e talvez levemos muito tempo ou pouco tempo, tenhamos de apanhar muito ou pouco da vida, pra aprender isso – então, falar de amor se torna algo “fora de moda”; afinal, não é preciso falar muito quando se vive, concorda?
Como observou Zygmunt Bauman: “O amor não se reconhece nas palavras”. Ou ainda, como assertivamente disse Jonathan Rutherford: “O amor oscila na beira do desconhecido além do qual fica quase impossível falar. Ele nos leva para além das palavras. Quando pressionados a falar sobre o amor, procuramos atrapalhadamente pelas palavras, mas as palavras curvam-se, dobram-se, desaparecem”.
É meio que um incômodo esse negócio, e não poderia ser diferente: falar de amor é muito estranho! Até porque, eu não sei se conseguirei colocar isso em prática tanto quanto agora me sinto constrangido e motivado a falar a respeito. Mas acho que aí está a graça da coisa, não? Não saber nos tira do controle, uma vez que o amor não tem nada a ver com controle, tem a ver com vulnerabilidade e incerteza. Amar, diria Bauman, significa estar e permanecer num estado de permanente incerteza. Então, é bom falar de vez em quando. Só que melhor, bem melhor, é viver...
Jonathan
Mandou muito bem nesse texto jonas, gostei muito. Beijos
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