Segurar o cálice da vida significa olhar, de modo crítico, a vida que estamos vivendo. Isso exige grande coragem. Quando olhamos para nós mesmos, podemos nos sentir atemorizados com o que vemos. Podem surgir perguntas para as quais não temos respostas. Podem aparecer dúvidas sobre o que estávamos certos de conhecer. Pode brotar o medo de lugares inesperados.
Somos tentados a dizer: “Importa simplesmente viver. Todas as explicações só tornam as coisas mais difíceis”. Todavia, por intuição, sabemos que, se não olharmos a vida de modo crítico, perderemos nossa visão e nossa direção. Quando bebermos do cálice sem primeiro segurá-lo, podemos simplesmente nos embriagar e ser levados a vagar por aí sem rumo.
Segurar o cálice da vida é uma difícil disciplina. Somos pessoas sedentas que desejam começar a beber imediatamente. Contudo, precisamos conter nosso impulso, tomar o cálice com as duas mãos e perguntar para nós mesmos: “O que me á dado para beber? Qual é o meu cálice? É prudente bebê-lo? É realmente este o meu quinhão? Isso me trará saúde”.
Sempre acreditei que um dos principais objetivos do ministério consiste em colocar ao alcance dos outros as nossas lutas de fé, tornar compreensível para os outros as nossas dúvidas, e confessar, com sinceridade, “eu também não sei as respostas. Sou um simples catalisador; sou apenas alguém que quer expressar o que você já sabe, mas que poderá aprender melhor se for traduzido por palavras”.
Henri Nouwen
(Extraído de: BITUN, Ricardo. Henri Nouwen de A a Z. São Paulo: Vida Acadêmica, p. 174).
(Extraído de: BITUN, Ricardo. Henri Nouwen de A a Z. São Paulo: Vida Acadêmica, p. 174).
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