terça-feira, 5 de agosto de 2008

Adoração e Graça (I)

A adoração é um ato de reverência e devoção total a Deus. Significa que Ele está sobre mim, é poderoso e digno de ser louvado e adorado. Da maneira como concebemos a adoração dá-se a entender que se trata de uma “elevação” do imanente ao transcendente, dos seres humanos ao seu Deus. Pressupõe-se que temos todos os ingredientes para que haja uma adoração genuína: corações devotos, cânticos espirituais, os anjos, um trono, o Rei.

Contudo, o que garante que os votos, louvores, lágrimas, rituais, gestos e palavras “subirão” como aroma agradável ao Senhor? Parte-se muitas vezes do princípio de que adoramos a deus para agradá-lo. E a pergunta é: temos a capacidade inata ou intrínseca de agradá-lo?

A visão de João em Apocalipse mostra que havia todos os elementos para a adoração: um trono e Aquele que nele se assenta, anjos, vinte e quatro anciãos, as figuras do Leão e do Cordeiro, as orações dos santos, saltério, harpas, um coral celestial; ou seja, o eterno vazando o temporal. Que mais poderia faltar?

João, porém, se via angustiado diante daquilo tudo, e chorava muito. Faltava algo, só não sabia o quê. Uma incompletude pairava no ar. O livro que estava nas mãos daquele que se assentava no trono estava selado e ninguém fora capaz de abri-lo. João se sente impotente, indigno, pequeno. A sensação parece ser a de que tudo estava perdido. Nada poderia mudar o fato: o livro estava selado. A adoração cessou por um instante.

Continua...
Jonathan

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