segunda-feira, 21 de julho de 2008

Somerset Maugham

Ano passado, ganhei de aniversário de meu amigo Antônio Carlos o livro “O Fio da Navalha”, do romancista inglês William Somerset Maugham (na foto). Na contracapa do livro, a seguinte dedicatória: “Jon, você irá embarcar numa viagem emocionante. AC”. E, de fato, tem sido uma viagem emocionante. Não costumo ler muitos romances, confesso, essa é uma deficiência em minha formação que terei de correr atrás, não por obrigação, mas por desejo pessoal mesmo. Mas, pelo pouco que posso dizer, gosto de romances que, no bojo da narrativa, trazem não apenas histórias, mas também opiniões interessantes, polêmicas, feitas para quem gosta de pensar.
Aliás, quando quero pensar um pouco, deixar que a mente seja povoada de muitas questões e poucas “repostas prontas” e quentinhas dos fornos das intelectualidades medíocres e mercadológicas de nosso tempo, não tenho buscado em sermões, apologéticas ou livros cristãos – maioria deles, atualmente, focados na tal da “auto-ajuda”. Honestamente, pouquíssimos hoje me fazem crescer. Há, sim, boas exceções. Mas são exceções cada vez mais raras. A “regra” é sempre a mesma ladainha pobre de criatividade e de conteúdo. É cansativo demais. O remédio para minha fé, além de conversas honestas com Deus através de sua Palavra, e com uns poucos amigos, tem sido a leitura de autores de filosofia, poesia e romances.
Quando leio um Nietzsche, um Unamuno, um Kierkegaard, ou um Maugham, por exemplo, fico perguntando: como seria o mundo não fossem algumas mentes brilhantes como essas para pensar “fora da caixa” e fazer questões que todo mundo talvez faça, em algum momento, ainda que reprimidos pelas amarras do inconsciente? Questões cortantes e cruciais, embora muito infreqüentes hoje em dia. E por quê? Porque todo mundo só quer o quinhão de verdades que mais lhe interessa, agrada, conforta. E se os autores evangélicos são a satisfação desses desejos, quero distância deles, para minha própria saúde mental e espiritual. Deus me livre de tais literaturas!
No post abaixo, deixo vocês, leitores desse blog, com trechos do livro de Maugham, em que um dos personagens, Larry, coloca para fora suas dúvidas, questionamentos e opiniões. Não concordo plenamente com Larry. Mas tampouco concordo com as proposições religiosas que lhe serviram de motivo para pensar como pensa. Não sou diferente de Larry, nesse sentido. E por isso, desejo me colocar à disposição para um diálogo aberto e sincero com esse tipo de pessoas, tão mais cheias de fé – apesar da desorientação – e tão menos doentes que muitas mentes e corações “religiosos” que conheço.
Jonathan

7 comentários:

Robinson J. De Souza (Roberas) disse...

continue pensando e transgredindo fora da "caixa", irmão!

um outro inconformado com tais besteiras no nosso meio...

Robinson

Jonathan Menezes disse...

Valeu amigo Robera. Keep we...

Carlos Xavier disse...

Estou aqui na Bahia, de férias, e aproveitei para dar uma geral no seu Blog. Cara, federal...
Não esqueça da idéia de coletânea num livro.
Abraço
PC

Jonathan Menezes disse...

Só na água de coco aí companheiro... obrigado pela lembrança. Quem sabe no fim do ano a gente não monta a coletânea.
Abraços!

Unknown disse...

Corajoso, destemido e autentico... estou com saudades!!
Beijos

Unknown disse...

uma vez te citei camus, né???! (te enviei por e-mail, lembra??! claro que não!! rsrsrs)...

passando só prá dizer o qto é renovador lê-lo!!

prabéns! continue... seus leitores agradecem!

abraços.

Jonathan Menezes disse...

Obrigado pelas palavras, Rubenita. E é claro que lembro, rsrsrs...
Abraços!