“Cada um corre a sua carreira como um cavalo que arremete com ímpeto na batalha”
(Jeremias 8:6).
(Jeremias 8:6).
A muitas pessoas esta analogia caberia perfeitamente! Primeiro, porque o sinônimo da vida nos grandes centros tem sido “correr, correr e correr”... E afirmar que a minha ou a sua vida está “corrida” (no sentido de cheia de compromissos) é garantia de status, de ajustamento aos novos tempos. Em segundo lugar, porque o ímpeto cavalar ao qual alude Jeremias, traz à tona um jeito bastante peculiar de “levar a vida” em que o indivíduo se lança ambiciosamente em uma “corrida”, onde os meios são irrelevantes, assim como quem quer que esteja “no meio”, à frente ou a trás e onde o que substancialmente importa é a conclusão, a meta, a chegada. A atitude da “maioria” mostra que estamos sempre à procura de atalhos que possam encurtar a longa, e muitas vezes dura, alameda da vida.
Pessoas que assim agem, estão fatalmente sujeitas a perder a capacidade (dom) de enxergar a beleza que se encontra à beira do caminho; de tão preocupadas com os grandes acontecimentos, acabam passando largo em relação às pequenas maravilhas da existência; de tão ensimesmadas passam a tratar as outras pessoas estatisticamente, como se fossem metas, estratégias ou conquistas a se fazer. Mas se a vida se resumisse a métodos, técnicas e estratégias o ser humano estaria categoricamente morto! Se você assistiu a um dos últimos filmes de Steven Spielberg, “A.I. – Inteligência Artificial”, pode ter uma idéia sobre o que estou falando.
A verdadeira “graça” da vida, no entanto, está na jornada percorrida, e não apenas no destino a que se pretende chegar. David Wong escreveu: “A vida pode levar-nos a um destino, mas é a viagem em si que nos faz ser o que somos e seremos”. No fim das contas, quem sabe sob o argumento de que a história é irreversível, alguém poderá dizer que a vida continuará irremediavelmente sendo marcada por correria e competição. Eu, porém, quero prestar mais atenção no caminho, nas belezas e contrastes nele existentes, nas pessoas com as quais nele cruzo, sem que por mim passem desapercebidas, como se fossem apenas vultos, corpos sem valor, matéria descartável.
Jonathan
Olá Jonathan,
ResponderExcluirDescobri seu blog através do site BomLíder, do Ivan, que, ao que parece, é um amigo nosso em comum. Gostei muito de suas postagens; são inteligentes, bem escritas, atuais, muito boas mesmo. É legal saber que tem gente pensando como a gente, espalhada por aí rsrsrs
Sobre esse texto, gostaria de dizer que é mesmo um grande desafio seguir viagem sem se preocupar em demasia com a bagagem que a gente leva ou com o fim da jornada. Parece que estamos sempre tão concentrados em rever/consertar o passado ou em prever/analisar o futuro que esquecemos de aproveitar "o tempo que se chama hoje", e que, afinal, é a única coisa que realmente temos. Junte-se a isso a rotina estressante dos nossos dias (que, como vc assinala, acaba ganhando um certo status), e temos aí uma química perfeita para dias cheios de ansiedade e pouco deleite. Até na igreja clama-se tanto "ora vem, Senhor Jesus" que quase não se ouve uma palavra de louvor porque "esse é o que dia que o Senhor fez"...
Como fugir dessa loucura toda? Como se estressar menos e aproveitar mais a vida e tudo o que ela nos tem a oferecer? Taí um desafio e tanto. Particularmente, gosto da palavra de Paulo aos filipenses: "esquecendo as coisas que para trás ficam" (com o passado, a única coisa a fazer é virar a página...), "avançando para as que estão diante de mim" (o futuro está sempre fora de alcance), "prossigo para o alvo" - seguir sempre, um passo depois do outro. E se ainda der tempo pra olhar a paisagem ao redor, tanto melhor.
Prazer em conhecê-lo,
Lícia Rosalee.
(A propósito, o nome do seu blogg é demais!)
Lícia,
ResponderExcluirfico muito grato por seu comentário e por descobrir mais uma leitora do blog. Bom saber também que compartilhamos idéias... continuemos com elas, colhendo outras no caminho, e espalhando transgressão para o bem...
Abraços!