Autoridade e obediência nunca podem estar divididas, com algumas pessoas centralizando toda a autoridade enquanto outras só obedecem. Essa separação causa um comportamento autoritário em uma das partes e um comportamento passivo na outra. Isso perverte tanto a autoridade como a obediência. Uma pessoa com grande autoridade, que não tem ninguém a quem devotar obediência está em grande perigo espiritual. Igualmente, uma pessoa obediente que não tem autoridade sobre ninguém também está em perigo.
Jesus falou com grande autoridade, mas toda a sua vida foi de completa obediência a seu Pai; e o mesmo Jesus que disse: “não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26.39), foi-lhe dada toda autoridade no céu e na terra (veja Mt 28.18). Perguntemos a nós mesmos: vivemos nossa autoridade em obediência e nossa obediência com autoridade?
Na maioria das vezes pensamos nas pessoas com grande autoridade como maiorais, distantes, difíceis de alcançar. Porém, autoridade espiritual provém da compaixão e emerge de uma intensa e íntima solidariedade com aqueles que estão “sujeitos” à autoridade. Aquele que é totalmente como nós, que entende profundamente nossas alegrias e dores, esperanças e desejos, o qual está disposto e preparado a andar conosco, esse é aquele a quem gratamente conferir-se-á autoridade e a quem se estará disposto a ser assujeitado.
A autoridade compassiva é aquela que habilita, encoraja, faz brotar dons escondidos, e possibilita que grandes coisas aconteçam. Verdadeiras autoridades espirituais estão localizadas num triângulo de cabeça para baixo, apoiando e proporcionando luz aos caminhos de todos aqueles a quem oferecem sua liderança.
Henri J. M. Nouwen
Traduzido de Daily Meditation (Henri Nouwen Society)
Traduzido de Daily Meditation (Henri Nouwen Society)
4 comentários:
"Jesus falou com grande autoridade, mas toda a sua vida foi de completa obediência a seu Pai;" Isso significa dizer, na sua opinião, que Jesus adotou uma postura de obediência passiva em relação ao pai e de autoridade compassiva em relação aos seus discípulos?
satisfação, parabéns e grande abraço... pode responder pessoalmente se assim deseja... assim como não precisa responder se não quiser...
Grande Dirceu, prazer em ver seu comentário aqui. Sua pergunta não é muito simples... mas posso tentar. A relação entre Jesus e o Pai, descrita por João, é uma relação de amor, diálogo e complicidade: "Eu e o Pai somos um". Logo, se por um lado ela é passiva no sentido de obediente à vontade do Pai, por outro, também é compassiva, no sentido de que há uma sinergia de ações, partilhar de dores e visão unidirecional entre ambos.Isso tudo numa linguagem joanina. E aquilo que ele tinha com o Pai, procurava transferir também a sua relação com seus discípulos e com o mundo.
Obrigado. Visite e comente quando quiser.
Abraços!
Gostaria muito de chegar a esse nível de autoridade... Luto intimamente pra isso. Obrigada pelas lindas palavras, compactuo tb com esse pensamento. Jac.
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