Reconhece-se que as comunidades cristãs brasileiras não são exatamente um primor de sanidade mental. Que o digam os clínicos e as clínicas. Estamos bem distantes do ideal da Igreja como comunidade terapêutica, tão preconizado por teólogos do nosso século. São problemas diversos, em geral resultantes de uma educação familiar e eclesial censora e deformadora, quando a desinformação ou a informação inadequada (e vivência idem) resultam em manifestações patológicas de variadas formas. Patologias que realimentam e são realimentadas por aqueles grupos sociais, se reproduzem nas novas gerações ou nos novos convertidos, desservindo a causa do Evangelho e atestando negativamente "o novo homem em Cristo".
Reconhece-se que as comunidades cristãs brasileiras não são exatamente um primor de sanidade mental. Que o digam os clínicos e as clínicas. Estamos bem distantes do ideal da Igreja como comunidade terapêutica, tão preconizado por teólogos do nosso século. São problemas diversos, em geral resultantes de uma educação familiar e eclesial censora e deformadora, quando a desinformação ou a informação inadequada (e vivência idem) resultam em manifestações patológicas de variadas formas. Patologias que realimentam e são realimentadas por aqueles grupos sociais, se reproduzem nas novas gerações ou nos novos convertidos, desservindo a causa do Evangelho e atestando negativamente "o novo homem em Cristo".
Apesar da importância dessa dimensão do ser humano, costumes, preconceitos e instituições jogam um imenso papel em sua negação ou minimização, tanto ao nível teórico como na prática cotidiana. Como construir pessoas sem a liberdade e o seu preço? Como ser Igreja sem o medo da liberdade? Como ser sadio sem integrar a sexualidade? Cristo salva e o Espírito santifica? Sim. A Igreja deve ensinar todo o conselho de Deus? Sim. A Igreja deve padronizar, detalhar e uniformizar a vida dos cristãos? Não. Deus nos fez para a felicidade ou para a infelicidade? A Igreja apóia a busca da felicidade ou concorre para a infelicidade?
Não há compromisso com o Evangelho sem compromisso com a sanidade. Só o "adversário" se alegra com a insanidade. Não há sanidade excluindo-se a sexualidade. Poderão os cristãos construir comunidades terapêuticas, comunidades de amor, comunidades da construção do ser, de aceitação, apoio e promoção, enquanto a Palavra e o Espírito fazem a sua obra? Comunidades centradas n’Aquele que chama a si todos os cansados e oprimidos para encontrar descanso, pois seu jugo é suave e seu fardo é leve? Estarão os cristãos prontos para reconhecer que depois da salvação, como defende um psicanalista, "O cerne da felicidade da vida é a felicidade sexual"?
Robinson Cavalcanti
Trechos de: "Libertação e Sexualidade" (Temática publicações, 1990).
*Ilustração: Jasiel Botelho
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