Olá meus caros bloggers de plantão! Para que não venha enfadá-los apenas com minhas reflexões e pensamentos, hoje quero subscrever um texto de um dos mais fabulosos, inteligentes e sensíveis escritores cristãos que já li e sobre quem já ouvi falar: Henri J. M. Nouwen (na foto).
Farei isso não apenas hoje, mas, já que esse blog é voltado para a leitura e a escrita, quero fazê-lo não apenas com Nouwen, que é um de meus autores prediletos, mas também com outros escritores que admiro. Segue abaixo uma reflexão desse autor sobre a gratidão.
See ya! Jon.
Como poderemos viver realmente uma vida em ação de graças?
Quando olhamos para trás e vemos tudo o que nos aconteceu, facilmente dividimos a nossa vida em várias fases, com coisas boas para agradecer e coisas más para esquecer. Mas, com um passado assim dividido, não podemos caminhar livremente em direção ao futuro. Com tantas coisas para esquecer, o máximo que podemos fazer é coxear rumo ao futuro.
A gratidão espiritual abarca todo o nosso passado, tanto os bons como os maus eventos, tanto os momentos alegres como os tristes. Do lugar em que nos encontramos, podemos concluir que tudo o que nos aconteceu nos trouxe a este lugar. Recordemos tudo isso como parte do plano de Deus que nos conduz. Isso não quer dizer que tudo o que nos aconteceu no passado seja bom, mas quer dizer que mesmo o mal não aconteceu fora da presença amorosa de Deus.
Os sofrimentos do próprio Jesus foram-lhe causados pelas forças das trevas. Mesmo assim, ele fala dos seus sofrimentos e morte como o caminho da glória. É muito difícil colocar todo o nosso passado sob a luz da gratidão. Há muitas coisas de que nos sentimos culpados e envergonhados, muitas coisas que desejaríamos que pura e simplesmente não tivessem acontecido. Mas, cada vez que temos a coragem de olhar para elas “na sua totalidade” e de as ver como Deus as vê, nossa culpa torna-se uma culpa feliz e a nossa vergonha uma vergonha feliz, porque provocam em nós um reconhecimento mais profundo da misericórdia de Deus, uma convicção mais forte de que é Deus quem nos conduz e um empenho mais radical na aceitação da vida ao serviço de Deus.
Os sofrimentos do próprio Jesus foram-lhe causados pelas forças das trevas. Mesmo assim, ele fala dos seus sofrimentos e morte como o caminho da glória. É muito difícil colocar todo o nosso passado sob a luz da gratidão. Há muitas coisas de que nos sentimos culpados e envergonhados, muitas coisas que desejaríamos que pura e simplesmente não tivessem acontecido. Mas, cada vez que temos a coragem de olhar para elas “na sua totalidade” e de as ver como Deus as vê, nossa culpa torna-se uma culpa feliz e a nossa vergonha uma vergonha feliz, porque provocam em nós um reconhecimento mais profundo da misericórdia de Deus, uma convicção mais forte de que é Deus quem nos conduz e um empenho mais radical na aceitação da vida ao serviço de Deus.
Desde que todo o nosso passado seja recordado com gratidão, adquirimos a liberdade para ser enviados para o mundo a proclamar a Boa Nova aos outros. Assim como as negações de Pedro não o paralisaram, mas, uma vez perdoado, se tornaram uma nova fonte de fidelidade, assim também as nossas falhas e traições podem transformar-se em gratidão e capacitar-nos a ser mensageiros de esperança.
Henri J. M. Nouwen
Texto extraído do livro Mosaicos do Presente (Paulinas, 2003)
Henri J. M. Nouwen
Texto extraído do livro Mosaicos do Presente (Paulinas, 2003)
Jon Nouwen
ResponderExcluirCada dia penso mais sobre o testemunho de seu pai Nouwen. Ele teve uma compreensão além do comum.
O diálogo entre a graça e o sofrimento tem sido algo cada vez mais raro em nossos dias. As pessoas tendem a fugir do sofrimento e encará-lo como algo desconexo da vida.
Valeu!
PC
Verdade, PC.
ResponderExcluirNouwen foi um exemplo vivo de que viver pode não ser apenas o sofrer (como quer a sabedoria budista), mas inclui sofrer. A grande questão é: se apagarmos a dor, as tristezas, sofrimentos, fracassos e lágrimas, então que valor terão as alegrias, o gozo, as vitórias, o sorriso?
Vc e muito inteligente
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