Friedrich Wilhelm Nietzsche (na foto) foi um filósofo e filólogo alemão, nascido em 15 de Outubro de 1844 em Röcken, uma localidade próxima de Leipzig. Hoje, mais de cem anos após sua morte, Nietzsche é conhecido dentro e fora dos ambientes acadêmicos como um cético inveterado e ateu, severo crítico do cristianismo, que declarou a “morte de Deus”. Não tem como querer perscrutar as razões que levaram Nietzsche a tomar tais posições sem querer dar uma de analista extemporâneo ou psicólogo com paciente “no além”. Não tem como analisar psicologicamente um morto.
E mesmo que fosse corpo presente, só Deus pode abrir os corações e julgar os segredos humanos. Logo, o que temos são pistas, rastros, pegadas, indícios, a partir do que ele escreveu. Nesse sentido, a qual Deus Nietzsche refere como “morto”? Que tipos de representações de Deus lhe foram projetadas pelos cristãos de sua época?
A tese que defendo é a de que Nietzsche decepcionou-se mais com a igreja que com Deus, ou decepcionou-se com Deus, mormente, por causa da religião cristã, isto é, em função da forma como essa lhe apresentou a divindade. Alguns queridos irmãos nem sequer parariam um instante para ouvir o que ele teve a dizer, posto que já condenaram esse filósofo na fogueira de suas inquisições. Para muitos, Nietzsche morreu louco e às suas palavras não se pode dar crédito algum. A insanidade de Nietzsche foi real, como foram precoces alguns dos juízos “teológicos” que ele fez acerca de Cristo, de Paulo e da Palavra. A meu ver, em parte de sua obra, ele apresenta os argumentos equivocados, mas pelas razões certas. Basta lê-lo pra saber. Só que isso é o que menos fazem os cristãos, pois como foi dito, ele já está condenado, e ler Nietzsche também é visto como um ato herético por alguns. Todavia, nem a infantilidade e imprecisão de algumas concepções teológicas desse autor, muito menos sua suposta “loucura” nos outorga o direito de desprezar o que ele disse.
Afinal de contas, louco ou não, ele escreveu coisas muito sábias acerca das bestagens dos cristãos de seu tempo. Loucura, sabedoria; o que são, de fato, essas categorias? O que impede um Deus, que é visto como louco pelos “sábios” desse mundo, de amar e aceitar um filho perturbado, desorientado, mas que viveu à procura do caminho de retorno à casa do Pai, embora, acredito, ele mesmo nunca teria admitido isso em público? Podem até dizer que eu não entendi Nietzsche – aliás, essa é a frase mais repetida por seus “estudiosos”. Mas o fato é que Nietzsche não parece ter tido a pretensão de ser entendido. Ele era o paradoxo em pessoa, e, paradoxalmente, talvez essa tenha sido uma de suas principais virtudes.
Quem quiser ler na íntegra o artigo que escrevi sobre Nietzsche, acesse na página da Fraternidade Teológica Latino Americana (FTL):
http://www.ftl.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=91&Itemid=4.
http://www.ftl.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=91&Itemid=4.
Jonathan
Nenhum comentário:
Postar um comentário